sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Da Idiotice Humana ou Sobre Laranja Mecânica.

Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, sem dúvida alguma, é um ótimo livro.
Forte, violento, maquiavélico, pessimista e realista, é um livro que exige uma certa reflexão.
Afinal, o debate apresentado sobre o Método Ludovico, uma espécie de lavagem cerebral desenvolvida para transformar delinqüentes em pessoas impolutas, merece maiores considerações.
É a tal coisa: até quando estaremos dispostos a abdicar da nossa liberdade para maior segurança? ou, no caso deste livro, o Estado pode ou não interferir na natureza humana a favor da ciência e da segurança "de todos"?.
Enfim, um método igual a esse, como foi exposto no livro, causaria para a vítima, uma difícil re-inclusão na sociedade, já que a violência é algo corriqueiro em nossas vidas.
Mas o que me deixa de fato emputecidamente... puto, é o fato dos jovens de hoje simplesmente lerem o livro e, ao invés de entenderem ou não entenderem o significado embutido nele, distorcerem o valor nele imposto.
Alguns criam gangues baseadas no livro e promovem um show, ou horrorshow, de vandalismo (isso é comum na minha cidade; São Paulo, SP, Brasil) às noites, como se Laranja Mecânica os obrigasse a isso.
Em 1968, Sharon Tate, atriz estadunidense, grávida na época, foi assassinada por um grupo de fanáticos liderado por Marc Chapman, que culpou o álbum homônimo dos Beatles (lançado no mesmo ano), que o teria induzido ao crime.
É a tal coisa; "Aqui parece reinar la opinión de que 'reflexionar' es cuando una persona pregunta por qué las flores se marchitan." (Rolf-Ulrich Kaiser).

Instruções ditadas (de um terráqueo) para um extra-terrestre ou 'How I hate do see the evenin' sun go down...'

A mulher deve ser submissa ao homem;
Não, não há problema algum nisso.
Qualquer raça que não seja de origem européia deve ser discriminada;
Não, não há problema algum nisso.
Animais servem apenas para serem explorados visando o nosso conforto e as nossas necessidades;
Não, não há problema algum nisso.
O homem pode usufruir ao máximo da natureza, sem se importar com possíveis seqüelas;
Não, não há problema algum nisso.
São direitos, deveres e características primordiais dos homens a corrupção, a cobiça e o egoísmo; Não, não há problema algum nisso.
Qualquer conhecimento científico, matemático, natural, social, geográfico, histórico ou biológico pode ser utilizado como base para um ataque bélico a outras nações;
Não, não há problema algum nisso.
Bombas nucleares podem ser usadas contra países inimigos, não importando os possíveis horrores que ela possa causar;
Não, não há problema algum nisso.
Fome, subnutrição, miséria, pobreza e escravidão devem ser algo corriqueiro nos países de terceiro mundo, incluindo Buenos Aires, Panamá e África;
Não, não há problema algum nisso.

Ouvindo Kenny Burrell & John Coltrane, Django Reinhardt & Stéphane Grappelli e Art Tatum.

Estatísticas.

  • 30% das ONGs não funciona regularmente.
  • Cada lata de alumínio reciclada poupa, em média, a energia elétrica gasta para manter uma televisão funcionando durante três horas.
  • 100% das pessoas que ouviram o Eros falar que sua mão estava coçando, disseram "É dinheiro!!"
  • 75% das pessoas que ouviram o Eros falar que sua mão estava coçando, sugeriram "Fecha a mão!!"

Exercício prático sobre o sedentarismo do autor.

Eu comi pouco chocolate na páscoa, sabem?
Então fui às lojas Americanas comprar uma caixa pra mim, afinal, eu mereço.
(Mentira).
Mesmo não merecendo, teimosamente, fui às lojas Americanas e comprei uma caixa de chocolate pra mim.
E então... eu a comi inteira.
Poucas pessoas sabem (mentira) que eu levo um modo de vida muito sedentário e, provavelmente, toda a energia acumulada por todo o chocolate que eu comi virará pelo menos uma destas coisas:
a) gordura.
b) merda.
c) gases.
d) espinhas.
e) todas as anteriores.

Desabafo indignado sobre a moda fútil em um bairro nobre de São Paulo.

Indigno-me com as pessoas que fazem compras na Oscar Freire, vulga 25 de Março da futilidade dos ricos.
Elas têm a sorte de morar no lugar mais estruturado de São Paulo e têm vergonha do país onde vivem (vide etiquetas, marcas, lojas etc).
Ridículo.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Sobre O Natal ou A Plástica Da Sharpay.

Ah, o natal.
Talvez o único feriado cristão do ano (oops.. acho que só têm feriados cristãos no ano) que, de fato, me deixa alegre.
Deve ser porque tenho boas recordações, embora tolas, do tipo: comida, presentes, família unida, árvore de natal, Coca-Cola etc (talvez a única recordação não-tola que exista para ser celebrada entre a noite do dia 24 e a madrugada do dia 25 de dezembro todos os anos, seja o fato de que um cara, há dois mil e sete anos, disse que as pessoas podiam ser legais umas com as outras e foi crucificado).
Enfim, não sou católico.
Talvez por isso, eu ache que seja importante ressaltar que o número de animais que são mortos durante o mês de dezembro (algo como o triplo, ou o quádruplo do que é produzido em cada mês normalmente), é um dado sustentado por uma tradição imbecil e irracional.
Oras, tomem como exemplo o presépio.
Os animais estão postados esperando pelo nascimento de Jesus, e não para serem devorados pelos três reis magos.
Quando na vida documentada de Jesus, é promovido um banquete com animais terrestres como um capricho?
O consumo exacerbado da carne é uma tradição pagã, e o Natal é um feriado católico.
Conclusão: reflitam.
Bom, hoje, o Niemeyer completou um século de vida.
Esses dias, a Liza Minelli sofreu um colapso durante um show em Stocolmo, mas não morreu.
Recentemente, a Sharpay do High School Musical fez uma plástica no nariz.
Tenham um bom dia.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Justificativa idiota e desnecessária para o post anterior.

Vejo tanta gente saudável e bonita da minha idade que só quer saber de se metidar para os outros, como se o que eles esbanjam fosse de alguma importância (falo da maioria, okay?).
E, cara, é de alguma importância sim.
Não pra mim (eu acho).
Eu não entendo o pessoal da minha classe, por exemplo.
Eles acham o máximo a recuperação; parece que estão em um campeonato de burrice/idiotice/babaquice.
Sinceramente, não me orgulho das coisas que eu não sei.
Pelo contrário.
Essa crítica que 'cês 'tão lendo, aliás, não seria possível se a minha professora não houvesse feito uma lavagem cerebral em mim.
Nossa... eu consigo deixar um texto realmente confuso.
UHUEAEAHUAUHEAUHEUHAEUAUAUHAUHEUWEUX
Ignorem a linha acima.

Intermezzo desabafado.

Cara.
Sinceramente.
Não tenho inveja alguma do estilo de vida da classe média alta desta cidade; sem querer ofender os meus colegas blogueiros pseudo cults (moda falar mal de meme, e nem sei que é isso.. melhor parar.. vai que eu sou um).
Na verdade eu tenho inveja sim.
Mas só do dinheiro.

Cansei de dar títulos longos para textos minúsculos de duas, três linhas.

Atualmente, ninguém está livre de ser alienado.
Se você não é alienado de um lado, é do outro.
Não fode, bicho.

Sobre o "show" do Police.

Podia ser pior; podia ser o U2 de novo.

Duas coisas.

A primeira dúvida

Acho que sou um vegetal.



Facilidades do dia-a-dia

Morrer.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Bossa Nova Is Dead ou A moda agora é namorar sentado.

Em um dia desses, eu assisti TV (não que eu faça disso um hábito).
Legal, não?
Pois assisti a um programa na TV Senado sobre música (eu não sei o nome; não é aquele do Artur da Távola).
Aliás, nem sei se é sobre música; só sei que haviam dois caras sendo entrevistados, e eles falavam sobre música.
Um deles, disse ser o dono do Clube da Bossa, um espaço aberto, segundo suas palavras, "para qualquer um" que deseja mostrar os seus dotes musicais bossanovísticos.
Durante o programa, vários representantes do Clube da Bossa se apresentaram, mas o que mais me chamou atenção na verdade foi, além da parcialidade do entrevistador, o teor crítico exposto no diálogo, o que acabou tornando o discurso falso e demasiadamente ReVoLuCiOnÁrIo !!!!!11!!!!!!!1!!
Chamo isto de falácia.
O entrevistado, cujo nome simplesmente ignorei, apresenta a re-divulgação da Bossa Nova como a salvação da música atual e o resgate da cultura nacional.
Falácia.
Se fala do apelo comercial presente nas músicas atuais; alusões ao sexo, às drogas, à violência, à vulgaridade, mas nada se pensa sobre o apelo existente nos clássicos da música popular brasileira.
É tudo uma questão de gosto; é óbvio que eu prefiro cantar alienatices como "o amor, o sorriso e a flor", com características dissonantes notáveis, a cantar Police, U2 ou As Meninas (mentira: eu gosto d'As Meninas; isso é bom).
Acho que me perdi.
Enfim, Bossa Nova não é o único movimento expressivo brasileiro que merece ser resgatado, afinal, ela teve suas influências: o jazz e o samba foram suas principais.
E não é certo, e isso é certo, que um movimento musical originado de outros dois, de origem humilde, seja apreciado exclusivamente pela elite.
Na minha (terrível) opnião, o que deveria acontecer, é próximo do que aconteceu (e paralelamente ao mercado, vêm acontecendo) na década de 60s; uma síntese de todos os estilos musicais de boa compreensão e qualidade.
E, aos emepebistas, bossanovistas e xiitas de plantão, lembrem-se: depois da Bossa Nova, perdeu-se pouco em harmonia, mas as letras ganharam maior complexidade e significado (Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Geraldo Vandré) e as interpretações se tornaram tão importantes quanto os itens supracitados (Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia).
Vale lembrar também nossos maravilhosos músicos, poucos com formação musical e estilo predominante da música cinqüentista (Zimbo Trio, Hermeto Pascoal, César Camargo Mariano, Lanny Gordin, Natan Marques, Sérgio Dias).
Estou com fome.
Um abraço, sir Rogério Duprat.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Sobre a inclusão da TV Digital aqui no Brasil.

Dinheiro para investir em televisão nós temos e, Oh!, mas que sacada a do Lula.

Prestação de esclarecimentos voluntária.

Palavra assim - Palavra estrangeira, de uso duvidoso, ou qualquer outra coisa do gênero.
Palavra assim - Nome, banda, essas coisas.
Palavra assim - Entidade, personificação, nome de semi-deus grego, nome de comida enlatada.
Palavra assim - Uso quando dá na telha, não enche o saco. 'Inda que estou aqui te prestando esses esclarecimentos idiotas.
Palavra assim - Eu na não sou tão buro burro assim, soy sou ?

Lembrança nonsense (e com sense também) da festa de casamento, a qual estava presente (e sóbrio), no sábado passado.

- Igor, teu pai é um canalha, aquele filho da puta.
- É mesmo.
Aperto de mãos.

André, meu primo, sobre as mensagens de mal gosto distribuídas ao fim da festa de casamento, a qual estava presente (e sóbrio), no sábado passado.

- Nossa. Recebi uma droga de mensagem. Que bom!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Terráqueos ou Mais panos sobre os mastros.

As pessoas sabem.
Meus caros, eu acho que não conheço ninguém, ainda.
Minha ingenuidade não permita que eu acredite em certas coisas.
Há uma semana e meia, mais ou menos, assisti a um filme de nome Terráqueos (Earthlings, em inglês).
Não se trata de um filme de ficção científica ou algo parecido.
Isso aliado ao fato de que eu o considero o filme mais forte que já vi, pode até assustar ao leitor.
Mas é pra assustar mesmo.
Já estou há uma semana e meia, mais ou menos, sem comer carne, por causa deste filme.
Enfim, sem mais nem longas (quem inventou isso?), o filme trata de um assunto pouco difundido e que nos afeta diretamente, mesmo com a nossa indiferença: é o especismo, preconceito contra outras espécies.
Eu sempre acreditei que os animais que normalmente nos servem de alimento, por exemplo, eram bem tratados e que viviam sempre nas mais perfeitas condições, afinal, são criados para o consumo. Mas no filme, através de câmaras escondidas em empresas alimentícias dos países mais ricos do mundo, nota-se que a imagem que eu tinha era totalmente equivocada.
Contudo, a tortura contra animais não é algo específico do setor alimentício. O filme é dividido em cinco partes: pets, alimentação, vestuário, entretenimento e vivisecação; uma pior que a outra. O filme me deixou tão emputecidamente decepcionado que comecei a evitar a carne animal e o uso de couro.
Porém, a minha dieta de nada serviria se eu não ajudasse a divulgar o filme; seria hipocrisia ou egoísmo da minha parte se eu não o fizesse.
Meus amigos, até agora, não achei uma pessoa que se predispusesse a assistir ao vídeo, disponível até gratuitamente na internet (se quiser assistir, clica aqui!).
As desculpas são as mais variadas possíveis.
"Não gosto de ver essas coisas", "eu tenho dó", "eu só como carne; se eu parar de comer carne, vou comer o quê?", "eu não escolho o que eu como, em casa", "meu emocional já está fraco, você quer acabar com a minha auto-estima?", "Eros, você já estudou cadeia alimentar na escola?", "ué, é a lei da sobrevivência", "eu já sei disso tudo; fazer o quê?".
Mas eu não me rendi ainda.
Tanto não me rendi que estou aqui, escrevendo um texto no meu blogue sobre o filme que eu assisti há uma semana e meia, mais ou menos, e que trata do especismo.

Semana de prova no Tales de Mileto; férias, férias, férias, férias, história, jazz e um poquinho assim de sorte...

As aulas acabaram.
Técnicamente, estou de férias.

sábado, 24 de novembro de 2007

A MINHA situação.

A todo instante me pego amaldiçoando a situação atual da qualidade musical.
Mas, que diabos, as músicas que eu ouço são tão indignas quanto as que têm tocado constantemente nas rádios de lotação.
Não sei mais a que ouvir.
Tenho a ligeira impressão de que, a partir do século passado, a música se tornou tão podre quanto o cérebro humano.
Não sei mais se o certo é ouvir as músicas da década de 60s, se o certo é tentar apreciar Univers Zero, Robert Wyatt ou Yoko Ono, se o certo é saber todas as letras dos Inimigos da HP de cor, se o certo é procurar bandas de maior complexidade melódica ou lírica, se o certo é ouvir o que me dá prazer, mesmo desqualificando todo o conhecimento musical adquirido pela humanidade ou se o certo é ouvir música clássica, desqualificando as inovações musicais contemporâneas.
E, embora eu conheça muita coisa, não me julgo lá uma das pessoas mais ecléticas.
Na verdade, eu trocava muita coisa popular por uma barulheira experimental.
Mas, será que eu teria esse direito?
Por favor, leitores, me dêem uma luz.

Angústias e moitas.

Quantas loucas loucas me pararam na rua durante esta louca semana?
Quantas poucas noivas me beijaram na lama da alucinada lua durante esta semana?
E as muitas coisas loucas que ouvi até agora, foram tantas e foram tão poucas
Ou foram exatamente cinco, as muitas coisas loucas que até agora eu ouvi? E as cinco coisas loiras que me beijaram na lama da alucinada rua durante esta loira hora?
Nada do que é possível pode de fato acontecer antes das cinco loiras coisas
Loucamente me beijar e rolar na lama da alucinada lua, nesta rua, durante esta semana,
Não é mesmo?
Mas e as loucas loucas, como ficam?
Só sei das muito poucas coisas loiras que andaram me beijando por aí.
Nada do que é possível pode de fato acontecer antes das cinco loiras coisas
Loucamente me beijar e rolar na lama da alucinada lua, nesta rua, durante esta semana.
Sim, é mesmo.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Mito do "No Meu Tempo..."

No meu tempo?
No meu tempo uma ova!
Não sei sobre os seus pais, mas o ensino na época dos meus foi péssimo.
Depois do Golpe Militar de 1964, o ensino nunca mais foi o mesmo.
Por que iam querer gente inteligente?
Gente burra é muito mais fácil de controlar.
As vítimas do Golpe, a gente burra em questão, logo, são os indivíduos que estudaram no período da ditadura e o que sucede este.
Hoje, para uma pessoa alcançar o valor intelectual preciso para, por exemplo, passar em uma faculdade pública, geralmente, tem de ter a sorte de ter nascido em uma família abastada ou, raramente, no caso daquele que não teve oportunidade alguma de estudar em uma escola particular, estudar por conta própria.
Senhores pais, não adianta virem falar conosco sobre seus inexistentes tempos áureos.
Nós sabemos que, na época de vocês, o ensino já não era bom.
Era pior.
Constava em apostilas da década de 90s que o índio, no processo de colonização brasileira, era inútil para o trabalho por ser preguiçoso.
Década de 90s: Pasmem, senhores!
No meu tempo?
Que mané "meu tempo"!!
Os piores são aqueles que foram educados com esse tipo de informação e, graças a isso, herdaram o maltido preconceito contra o indígena.
Em vez de exaltarem a quase extinta cultura afro-brasileira, ou a indígena, endeusam os estadunidenses, financiadores da ditadura militar no Brasil e principais destruidores da cultura nacional, ou totemizam aos europeus, aqueles que exploraram até o limite nossa terra, ou melhor, a terra que pertencia aos nativos daqui.
Seqüelas militares, falta de interesse da população, descaso pela parte do governo...
Sim, mais fatores.
O ensino no Brasil é desnecessáriamente difícil.
De que adianta ter uma grade de ensino tão bom se os métodos o desqualificam?
Agora, imaginem vocês se o os alunos aqui do Brasil aprendessem o tanto que se dá na escola.
Seria ótimo.

Hino Punk (Vamos ao McDonalds?)

De que adianta ser rebelde se eu vou morrer do mesmo jeito?

Resposta ao Hino Punk (Vamos ao McDonalds?)

Sei lá.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Nossos jovens.

Solução: soluço grande.

Propaganda.

Matem as velhas, mas matem as novas.

Sobre o dever de andar com a sua alergia exposta.

Me socorram, eu sou podre.
Me socorram, não preciso.

Sobre o dever de andar com sua alegria exposta.

Não me socorram, eu não sou podre.
Não me socorram, preciso.

sábado, 17 de novembro de 2007

Lição Dois - Do Feijão.

Antes eu fazia um trabalho perfeito.
Hoje tenho dó dos feijões.

Lição Um - Do Tempo.

O tempo está passando.
Mas ninguém o vê passar.
Ainda assim, todos o conhecem.
Alguns falam "ele está no relógio".
Outros dizem que ele está na história.
Todos erram.
O tempo é o companheiro mais justo do homem
E também o companheiro mais traiçoeiro.
Nós o consideramos uma de nossas
Maiores referências, organizamos toda a
Nossa agenda baseados nele.
E, no entando, o ingrato,
Que nos dá em troca?
Velhice.
E o que há de ruim nisso?
Você pode cair no monte de armadilhas
Que todos caem, mas não se iluda com
Maturidade, sucesso ou estabilidade.
Essas coisas quem decide não é o tempo:
Somos nós.
Usar esses fatores como argumento
Para querer envelhecer mais rápidamente,
É covardia do tempo.
Aliás, covardia do tempo é não passar mais depressa.
Na hora em que nos encontramos angustiados,
Apressados,
Atrasados,
O tempo nos arrasta, como se estivéssemos
Sendo punidos.
Ah, mas se o tempo andasse
Mais depressa que o movimento de translação
Da Terra..

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ode aos europeus (que jaziam na imaginação fértil da pessoa que escreveu minha apostila da quinta série).

Benditos sejam os europeus.
Um povo justo, honesto e humilde.
Europeus são o que há de mais belo em espírito (à venda).
Quantos livros, quantas estantes, quantas lágrimas...
Só não sei se são de Portugal ou se são de crocodilo.
Um povo orgulhoso de seus maravilhosos feitos.
Um povo tolerante, interpretou a bíblia na sua mais pura essência.
Um povo respeitoso, pacífico e, Ah!
Mas que vontade tenho eu de ser europeu...
Não, não quero brincar com crianças do Quênia.
Não, não quero brincar com crianças da Angola.
Não, não quero brincar com crianças do Iraque.
Não, não quero brincar com crianças da Coréia do Norte.
Não, não quero brincar com crianças de Cuba.
Não, não quero brincar com crianças da Rússia.
Não, não quero brincar com crianças do México.
Não, não quero brincar com crianças do Brasil.
Não, não quero brincar com crianças da Malásia.
Não, não quero brincar com crianças do Vietnã.
Não, não quero brincar...

Palavras indecisas sobre o episódio do último fim de semana (10,11/11/2007) - Parte Dois

Não passei em nenhuma prova maluca.
Mas chamei o cara de filho da puta.
Ninguém colou de mim ao meu lado.
Mas estou emputecidamente escaralhado.

Palavras indecisas sobre o episódio do último fim de semana (10,11/11/2007) - Parte Um

Não passei na bendita (maldita?) prova da ETEC.
E não foi por incopetência.
Não foi por causa de classe social.
Não foi por causa de conspiração.
Foi por distração.
Mas, uma coisa é certa:
Aliviado estou.
Só estou um pouco esvaziado e indeciso.
Mas...
Eu ia estar mais satisfeito e feliz se tivesse feito a prova da ETEC.
E talvez mais aliviado.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Sobre o último fim de semana (10,11/11/2007) - Parte Três: Prova Frustrada e Distração (Domingo)

Mas que diabos.
Estudei durante umas duas semanas.
Me preparei psicológicamente durante uns dois dias.
Pra quê?
Para prestar a prova da ETEC.
Eu almejava ingressar em um curso técnico de técnico em museu na ETE Parque da Juventude, em Santana.
Uma vaga perfeita.
Uma baba de prova.
Demanda de 4,3 alunos por vaga.
O único curso que eu julgara interessante e totalmente acessível para mim.
Estudei durante umas duas semanas.
Me preparei psicológicamente durante uns dois dias.
Pra quê?
Para prestar a prova da ETEC.
Não vou dizer que foi em vão.
Mas o meu objetivo não foi cumprido.
Afinal, eu esqueci o meu maldito RG original.
Por causa disso, não fiz a prova da ETEC.
Afinal, eu podia estar fraudando o sistema público de ensino.
E, como o sistema público de ensino é uma entidade sagrada inviolável, flexível e extremamente competente, uma fraude implicaria em um escândalo.
Onde já se viu em um país como o Brasil, burlarem as leis!?
Mas não os culpo.
Foi distração minha.
E essa distraçãozinha me atrasará uns seis meses.
Aliás, minha cabeça anda nas nuvens.
Tenho esquecido muito as coisas.
Já tomei chuva, perdi um disquete com documentos meus (como este) e um cartão telefônico, tudo por causa da minha distração.
O meu guarda-chuva voltou, mas foi porque eu o esqueci na escola.
Já os outros itens, não foram devolvidos: pararam onde param todas as coisas que são esquecidas, em orelhões ou lan houses, somem (no bolso do além).
Da próxima vez, os trinta e poucos reais que eu gastei tentando cursar técnico em museu, valerão a pena, eu acredito.

Sobre o último fim de semana (10,11/11/2007) - Parte Dois: Gincana Cultural no Tales de Mileto (Sábado)

No mesmo dia da exposição, teve uma gincana na minha escola.
Minha classe (primeiro ano do ensino médio) ficou em segundo lugar, perdendo por apenas dois pontos para o terceiro ano do ensino médio.
Minha vitrola azul foi considerada a mais antiga.
Meu disco de 1954 não foi o mais antigo.
A peça, um lixo de peça, foi considerada a mais original.
Minha sala foi a que conseguiu responder melhor às questões propostas pelos professores na gincana (mais uma vez, o elenco das perguntas e respostas era Pedro, Dani e eu).
A nossa sósia, Ingrid, que estava vestida de Marilyn Monroe, foi a melhor mas, já que a platéia do ridículo Falcão do terceiro ano do ensino médio foi mais barulhenta, nós perdemos.
Enfim, essa gincana foi melhor do que a Feira Cultural do ano passado.

Sobre o último fim de semana (10,11/11/2007) - Parte Um: Yoko Ono e Hipocrisia Beatlemaníaca (Sábado)

Alguns correm atrás do ônibus, outros atrás das Casas Bahia.
Eu corri atrás da Yoko Ono.
No último sábado, foi aberta no Centro Cultural Banco do Brasil, uma exposição com algumas das melhores obras dessa que pode ser considerada uma das mais injustiçadas artistas plásticas contemporânea.
Talvez vocês não saibam, mas a função de Yoko Ono não era, simplesmente, aumentar a popularidade de John Lennon, nem de acabar com os Beatles. Aliás, talvez seja importante citar que John quis conhecer melhor Yoko depois de sair de uma exposição fascinado com uma obra dela. Trata-se de uma obra que, por acado, está na exposição-retrospectiva no CCBB e consiste em uma escada, uma lupa e um quadro branco e médio no alto com os mínimos dizeres YES.
Mas sábado foi um dia especial. A Yoko estava lá. Pude vê-la, embora por pouco tempo, tamanha multidão envoltava-a. Sem dizer uma palavra e, mesmo assim, irradiando simpatia, fazia o símbolo da paz (aquele V ) enquanto era fotografada.
Pena que eu estava atrás e acima dela.
E, embora eu não tenha conseguido foto alguma e minha tia e minha mãe, presentes na exposição comigo, tenham criticado o trabalho dela (santa incompreensão), julgo que a exposição, pelo menos para mim, valera a pena.
Mas se houve algo que me deu raiva naquela abertura de exposição, foi a quantidade de jovens com suas roupas de Beatles ali presente. Muita hipocrisia é a deles. A maioria dos atuais beatlemaníacos atribuem o fim dos Beatles à Yoko Ono e, quando esta vem pro Brasil, são eles quem preenchem o espaço cultural do Banco do Brasil, com o único intuito de furtar da Yoko um maldito autógrafo.
E depois riem da exposição.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

A Última Coca-Cola.

Muita gente triste.
Famílias de luto.
Empresas falindo.
Redes de fast-food em pânico.
Laboratórios a mil.
Uma tristeza calada.
Que se há de fazer?
Depois de aberta a que seria a última garrafa da família, todos se servem.
Pela primeira vez, um espera o outro.
E com os minutos passando, aquilo torna-se mais do que uma janta comum.
Os componentes da família aprendem, finalmente, a apreciar a bebida.
E se dão conta do quão viciados eram.
Todos estão chorando.
Choram mais.
O último gole é o mais silencioso.
Uma garota soluça.
O que há além disso, é um silêncio solidário e altamente compreensivo.
E depois, há o consenso de que poderiam todos morrer a partir daquele momento, tamanho o grau de reflexão e experiência que aquela família adquirira durante a última Coca-Cola.
Mas, o sonho ainda não tinha acabado.
O garoto foi até a primeiro bar que encontrou e pediu um Dolly Guaraná.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Sobre a copa do mundo que será no Brasil.

A próxima copa do mundo será no Brasil.
Não sei quantos milhões (falam-se em bilhões) serão investidos.
Mas que diabos.
Será possível que só quando há um evento internacional de extrema importância como os jogos pan-americanos ou uma copa do mundo, é que se investe em infra-estrutura?
É previsto que diversas capitais do país como Belo Horizonte e São Paulo sofram reformas.
Mas, fora do evento, é improvável que tais capitais recebessem tanto amor e carinho.
O máximo que vem acontecendo aqui em São Paulo, são programas de higienização e embelezamento da cidade, consistentes em chutar moradores de rua e gastar milhões em chafarizes.
Mas o governo não é hipócrita.
Estamos em um país sério, governado por gente muito séria e honesta.
O governo sabe o que faz, com certeza.
Sabe muito bem o que faz com o nosso dinheiro.
Então.. pra quê se preocupar?
Vamos lá ao boteco comer um churrasquinho, beber cerveja, ouvir pagode e ser feliz.
E, principalmente, ter o desejo de comer a Juliana Paes.

Sexta-feira, 2 de novembro de 2007. Ao som de The Mamas And The Papas e Bongwater.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Intermezzo quase crítico.

Mas, que diabos.
As bandas de rock atuais são muito pobres.
Pouquíssimas bandas no cenário atual merecem meu respeito.
Não digo que no mundo inteiro a situação esteja decadente como acontece no Brasil.
A França, por exemplo, sempre foi fraca no estilo.
Mas, os vocalistas atuais, nem se dão ao trabalho de estudar canto.
Isso é perceptível na maioria das bandas de selos alternativos.
Sem falar nas bandas totalmente comerciais.
Desisto.
Se eu tivesse leitores, eles já estariam saturados de discutir sobre isso.
Jogo a toalha.
Mentira.

A questão é: vais ficar aí moscando ou mexerás suas respectivas nádegas? ou Poesia para adormecer boiada.

Está tudo tão errado,
E é tão quase certo
Que tudo acabará entre uma lua e outra..
Então suponho que já tenhas decidido;
Qual é o final que você escolheu?
Ficar aí sentado
Ou participar do show?

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Panos sobre os mastros ou Conversa para adomercer uma boiada II.

Quanta hipocrisia.
Causam-me náuseas, as perversas comédias pastelões que os fantásticos globais da vida me proporcionam.
Um circo dos horrores visto como estilo de vida pelos muitos milhões de semanais fantoches fanáticos.
Pobres e quase pretos de tão pobres ou quase pobres de tão pretos (não podia me privar de parafrasear dois dos meus ídolos), nas favelas, subúrbios e periferias (mais pobres do que periféricas) da nação sonham acordados em ser parte da elite e chutar mil cabeças.
Não que eu também não sonhe chutar mil cabeças.
Pessoas alienadas preocupadas mais em manter suas ilusões do que de fato tentar ascender na vida.
E, infelizmente, eu não posso culpá-las.
Foucault diz que o mundo espera que sejamos imbecis.
Essas pobres pessoas estão apenas se submetendo ao discurso conformista que elas mesmas ajudam a manter.
Pessoas carismáticas, que podem até ser impolutas (mas que não vão mudar o mundo), como Regina Casé, querem nos fazer crer que está tudo bem com a parcela miserável da população, contribuindo para a estagnação da própria.
E o nosso Estado, ao contrário do que se espera de uma nação digna, apenas contribui para essa situação.
Panis Et Circenses.
Malditas pessoas na sala de jantar.
Ali estão os panos sobre os mastros e ainda assim estão todas mofando em suas casas de lata, de terra ou de cimento cru e úmido.
É claro que o Estado não vai se mexer.
Está tudo muito cômodo para Ele.
Eu tenho é a vontade de chacoalhar cidadão por cidadão.
Esperem.
Domingo.
Ruas vazias.
Olhem por dentro das janelas.
Pessoas obstinadas, alienadas preocupadas mais em manter suas ilusões do que de fato tentar ascender na vida.
Ascender na vida?
Vida?
Acho que me perdi.
Difícil é pensar com televisão ligada.
Desliguemos, pois, o aparelho e cantemos nosso hino.
Todos juntos; The Star Spangled Banner!! -logo após o minuto de silêncio pelos milhares de pobres estadunidenses mortos na tragédia de onze de setembro que aconteceu há três, quatro, oito.. há alguns anos atrás.


Domingo, dia 21 de outubro de 2007.

sábado, 20 de outubro de 2007

Vontades excêntricas que se manifestam em mim quando ouço determinadas coisas.

Polyphonic Spree me dá vontade de dar a mão a todas as pessoas do mundo (vestidas com roupas coloridas), desejar a paz mundial e abraçar a todos.
Animal Collective me dá vontade de convidar um grupo de pessoas vestidas com roupas coloridas a ir à pracinha aqui do lado acender uma fogueira e pular em volta.
Jean-Jacques Perrey me dá vontade de dançar com uma frigideira.
Leslie Feist me dá vontade de dormir.
Acid Mothers Temple me dá vontade de fazer sexo com uma anta.
Os Zombies me causam uma ânsia terrível de abrir um sorriso largo.
Blossom Toes me dá vontade de abrir um sorriso largo, me vestir de palhaço e ir à Belo Horizonte ajudar o Bernardo a distribuir balões coloridos para crianças carentes.
Van Dyke Parks me dá vontade de abrir um sorriso largo, me vestir de palhaço, ir à Belo Horizonte ajudar o Bernardo a distribuir balões coloridos para crianças carentes e voar.
Os Beatles me causam muitas vontades impossíveis, dentre elas comer aquele pudim esquecido, escondido e morto logo ali, atrás dos Strawberry Fields -ou seria em Penny Lane?
Tom Zé me dá vontade de ser crucificado -no bom sentido.
Você me dá vontade de ser crucificado -no mal sentido.
Eu quis dizer Você mesmo.
Guess Who me dá vontade de sair com uns amigos da pesada e matar alguém.
Mentira.
Bongwater me dá vontade de vomitar -no bom sentido.
Bob Dylan me dá vontade de vomitar -no mal sentido.
Wild Man Fischer me dá vontade de vomitar em Você.
Yoko Ono me dá vontade de viver até a minha última gota de pus.
Renato e Seus Blue Caps me dá vontade de matar quinze (pessoas).
Elis Regina garante a minha felicidade.
Caetano Veloso me dá vontade de subir em cima da mesa e proferir um discurso ferino contra a sociedade atual sem ligar para o fato de que eu possívelmente ficaria com ressaca.
Stormy Six me dá vontade de ser italiano.
Rita Pavone me dá vontade de não ser italiano.
Petula Clark me dá vontade de vestir uma camisa com uma estampa do tipo I s2 NY!, ir ao central park e ficar duas horas na fila pra patinar durante dois minutos.
James Taylor me dá vontade de ser estadunidense.
Você me dá vontade de não ser estadunidense.
Eu quis dizer Você mesmo.
Edith Piaf me dá vontade de ser francês.
O resto dos artistas franceses me dão ânsia de vômito.
Aksak Maboul me dá vontade de ser belga.
Mentira.
Aksak Maboul me dá vontade de ser Marc Hollander.
The United States Of America me dá vontade de montar uma banda como Os Mutantes.
Os Mutantes me dão vontade de montar uma banda como The United States Of America.
Os Mamonas Assassinas me dão vontade de rir.
Móveis Coloniais de Acaju me dá vontade de estudar fagote (Aksak Maboul também).
Aguaturbia me dá vontade de pular fingindo ser um guitarrista possuído.
Jimi Hendrix também.
Jefferson Airplane idem.
The Left Banke me dá vontade de.. sei lá; The Left Banke é uma banda muito boa.
Ben Folds Five me dá vontade de beijar o Elton John.
Elton John me dá vontade de comer macarrão.
Mentira.
Jamiroquai me dá vontade de dançar.
Carpenters me dá vontade de arrancar a cabeça do Mickey, além de ser feliz também -não necessáriamente nessa mesma ordem.
Victor Jara me dá vontade de pular alegre e chorar ao mesmo tempo.
Silvinha me dá vontade de sair por aí gritando "EU SOU BRASILEIRO!!" assustando a todos.
Ronnie Von também.
Ricky Vallen idem.
Volare me dá vontade de abençoar o Rock In Opposition.
July me dá vontade de roubar o acervo musical dos caras que trabalham na Mojo.
Vince Guaraldi Trio me dá vontade de desejar feliz natal a um cachorro de rua antes da data.
Os Garotos Podres me dão vontade de quebrar tudo, defecar ou terminar este post aqui.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Discurso indignado sobre o acesso e o interesse na rede virtual do Brasil ou Mais um texto chato para adormecer uma boiada.

O Brasil é um dos países que passa mais tempo online.
Porém, o Brasil, por incrível que pareça, ainda necessita de projetos de inclusão digital.
Necessita?
Sim, nos centros urbanos, a inclusão digital é alta.
Aliás, os computadores estão cada vez mais acessíveis tanto financeiramente quanto através de projetos do governo pela inclusão digital (aqui na minha cidade tem o Acessa São Paulo).
Sim, milhares de pessoas usam a rede (vulga internet) diariamente.
Os cidadãos de hoje em dia tem a incrível sorte de poder acessar a sites do mundo inteiro além de vários outros benefícios e facilidades que, sem a rede virtual, não teriam acesso ou oportunidade de conhecer jamais.
Mas, cá pra nós, acesso não significa interesse.
Está muito certo que o acesso auxilia o interesse (e talvez até o contrário) mas só isso não basta para que ele, o interesse, exista.
O Acessa São Paulo está sempre cheio de gente.
Pessoas que, segundo falsas estatísticas, estão querendo se incluir no mundo digital.
De fato, essas pessoas o estão fazendo, mas não da maneira na qual o projeto e seus beneficiados deviam focar suas intenções.
Sabe-se de muitos sites do governo bons, que divulgam boas oportunidades a cada dia, além de sites voltados para o futuro dos cidadãos; sem contar as ferramentas de pesquisa espalhadas pela internet.
Vê-se porém, exatamente o contrário.
Bibliotecas, programas do governo, lan house's..
Pessoas obstinadas em "instruir" sua vida com informações que de nada lhe prestarão além de falsas necessidades que só servem para ocupar o pouco espaço, no qual destinam seus -nada direcionados- pensamentos e intenções.
Pessoas que podem pagar para ir à uma lan house alienar-se ainda mais, mas que preferem usar o Acessa São Paulo -já que é um órgão gratuito- usar o orkut.
Onde estão os interesses dessas pessoas?
Por que os meios de comunicação em massa e a mídia não se mexem?
Por que o Estado não se mexe?
Será que está tudo assim, tão cômodo pra eles?
Poxa, o Brasil é um dos países que passam mais tempo online.
Ainda assim, o Brasil, por incrível que pareça, ainda necessita de projetos de inclusão digital.
Necessita?


Quinta-feira, dia 4 de outubro de 2007.

Sobre a minha dificuldade em escrever um texto.

Querem saber?
Eu estou cansado de escrever só quando sou acometido por uma falsa-inspiração.
Eu quero poder sentar-me à frente do computador e, simplesmente, sair escrevendo sem ter dificuldade em escolher algum tema ou contar alguma estória.
De fato, o que eu almejo parece ser de árdua realização porém, com treino, quem sabe eu consiga dominar essa técnica?
Aliás, preciso não dominar a técnica de dormir acordado e de escrever dormindo.


Quinta-feira, dia 4 de outubro de 2007.

Grande Dúvida II.

Eu não queria deixar os meus leitores apreensivos -se bem que leitores é o que mais falta em demasia pr'este blogue- mas eu não resisto.
Uma terrível procupação tem tomado conta de grande parte do meu tempo: "que curso técnico eu prestarei?"
Pois bem.. até ontem eu tinha a certeza absoluta de que faria Mecatrônica pois era a disciplina mais "viável" para mim já que prestaria em uma escola técnica perto de casa, além do fato de ser um dos novos cursos em voga (o CuRsInHo dA mOdInHa Da gArOtADa) que primam pela inclusão "fácil" no mercado de trabalho.
Porém, a idéia de fazer um curso de Museu me atrai muito mais, já que eu tenho uma tendência natural para a área de humanas e não de exatas, como Matemática, Física e.. Mecatrônica.
Agora, sobra o dilema: "fazer um porre de curso para ter uma semi-garantia no mercado de trabalho ou fazer um curso que tem a minha cara, pagando pelo transporte e correndo perigos, e passar pelo risco de não me garantir no mercado de trabalho?"
Acho até que já me decidi.
Amanhã ou depois irei a Santana e, seja o que Éris quiser.
Pode parecer que não, mas eu primo pela minha sanidade.
Agora, me passem a laranja.


Quarta-feira, dia 3 de outubro de 2007.
Escrevi o texto ao som de Ritchie Havens - Freedom, John Sebastian - Rainbows All Over Your Blues e Joan Baez - Sweet Sir Galahad.

Grande Dúvida.

Onde está o Rand Forbes?


Quarta-feira, dia 3 de outubro de 2007.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Pois é..

Não tem como dizer que eu tenho criatividade ou imaginação.
Vejam bem, eu posso escrever um livro mas me falta esses dois fatores.
Não é triste?

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Luto.

Perplexo.
Eu estou perplexo -e de luto.
Não pelo Pavarotti e não mais pelo Pedro de Lara e pelo Pioko (gato da letícia).
O "seu" Antônio morreu.
Grande coisa?
Talvez não, se fosse só isso.
Hoje, quando cheguei da minha escola da FISK, passei como de costume e obrigação (caminho de casa) pelo bar do "seu" Antônio, que é vizinho da nossa casa.
Havia uma mulher na porta conversando com outra na frente do bar que estava fechado.
Elas falavam de um enterro.
Cheguei em casa e peguntei à minha mãe se "seu" Antônio havia morrido.
Ela se assustou e disse-me que não sabia de nada.
Que pena.
Trinta minutos depois fui à fachada do bar e descobri um papel colado com os dizeres "FECHADO POR LUTO".
-Mãe. O "seu" Antônio morreu.
-'Magina filho. Que coisa. Cismou com isso, não?
Estávamos na porta de casa.
-Tem uma placa na fachada escrito "FECHADO POR LUTO".
-Será que ele morreu?
-Não sei..
-Ô menino!! Ô menino!!
Cauê se aproximou.
-Você que sabe tudo da rua.. quem morreu aí?
-Não 'tô sabendo de nada, dona..
Cumprimentos e explicações à parte, Cauê prometeu-nos dizer quem havia morrido caso ele descobrisse.
Ele foi fiel à promessa.
Depois de quinze minutos eu abri a porta para vir para cá e ele me avistou.
-Foi o "seu" Antônio.
-Como?
-O "seu" Antônio que morreu.
Minha mãe ouviu de dentro de casa e veio correndo.
-Ele se enforcou ontem às onze horas. -disse o moleque na maior naturalidade.
-Oh meu Deus. -minha mãe.
-O Éverton [neto do "seu" Antônio] ligou ontem pra cá e como ninguém atendia resolveu vir aqui [ninguém neste disse nada do que está aqui exatamente com as mesmas palavras] e teve que arrombar à porta.
Minha mãe ficou perplexa na porta de casa e eu vim aqui escrever esse texto.
Meus caros, o "seu" Antônio, senhor um tanto quanto antigo, se enforcou ontem, um ano após a morte de sua mulher.
Uma linha de Luto.
Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto.
Bom, parece que só eu e minha mãe é que ficamos perplexos.
Ou melhor.. meu pai pareceu ter ficado perplexo também.

nelsonMidis diz:
não é possível que um homem bem sucedido, capitalista selvagem, insensível, tenha tomado uam atitude tão neo-liberalista-psicodelista-democrata-conservadorista-tropicalista-nietsceana-pitagórica-helênica_absolutista_idiotista!!!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

The Kitchen.

Ah.. a The Kitchen.
Serião, o ano passado foi um ano de grandes afirmações.
Não.
Eu não sou gay.
A questão é, a The Kitchen foi uma das minhas melhores amigas durante bastante tempo.
Existe um software de compartilhamento de arquivos (programa para se baixar música, vulgarmente falando) atualmente na internet que tem salas de bate-papo acopladas.
Bem, eu ingressei nessa sala mais ou menos no final de julho do ano passado quase que contra a vontade de todos.
Vou tentar explicar-lhes.
No programa em questão, havia uma sala principal com brasileiros.
A sala, por coincidência, chamava-se Brasil.
À primeira vista, era uma sala sedutora mas, haviam muitos indivíduos que não tinham maturidade suficiente para conversar de forma decente.
Logo, os users gugz e lag criaram a The Kitchen para as pessoas com mais capacidade mental -estou chutando, não sei se os motivos foram tão nobres assim.
Quando eu entrei na sala achei todo mundo muito legal mas não fui bem recebido, mas depois, com o tempo, eles foram se habituando com minha presença.
Hoje eu posso dizer que sou um cozinheiro.
E daí?
Bem, e daí que os cozinheiros por serem muito gente fina acabaram me cativando de tal forma a me deixar alienado.
Me divertia por horas na The Kitchen falando besteiras e coisas sem nexo.
Qual a diferença da Brasil?
Os cozinheiros eram/são os melhores.
Porém, no meio do segundo semestre do ano passado, a The Kitchen sofreu um desfalque mas, felizmente ele foi suprido nos meses de janeiro e fevereiro deste ano com dois encontros REAIS entre os cozinheiros.
Foram uma maravilha, os encontros.
Os cozinheiros descobriram que todos eram legais pessoalmente também.
O primeiro encontro, do dia 25 de janeiro deste ano, foi ótimo mas me soou quase que como um aperitivo para o encontro que aconteceria no mês procedente.
O encontro de 24 de fevereiro deste ano contou com aproximadamente dez cozinheiros e foi super legal/divertido.
Porém, o que os membros da The Kitchen não esperavam, é que mais uma crise viria abalar a estabilidade da sala.
Muitos cozinheiros deixaram a sala, a The Kitchen estava ficando mais vulnerável a invasores, muitas brigas internas (muitas mesmo), a criação da sala amigos do guimy que resultou em mais perdas além de vários outros fatores que contribuíram para a decadência da sala.
No mês de julho, houveram várias propostas para reencontros mas nenhuma foi adiante diante o desinteresse de vários cozinheiros.
Finalmente, dia 4 de agosto deste ano, houve um terceiro encontro.
Ele teria sido altamente sucedido se não tivesse contado apenas com quatro pessoas.
E, o melhor -ou pior-, é que foram dois casais, os presentes.
O encontro acabou se tornando mais uma tarde comum entre dois pares de namorados do que propriamente um encontro entre colegas de uma sala virtual.
Enfim, hoje houve mais uma tentativa de se fazer um encontro de cozinheiros, se bem que a conotação do "encontro" foi bem mais anti-kitcheniana do que a da calorosa união que aconteceu em fevereiro (mês de aniversário, por sinal, da The Kitchen).
Triste?
Ninguém acha.
Faz mais ou menos um ano que um ex-user da The Kitchen disse-me que a sala acabaria em mais ou menos seis meses.
Depois dos encontros do início deste ano, eu passei a desacreditar o antigo user mas, pelo visto, ele só errou na data.
A minha sincera esperança é de que nessas férias de verão, os cozinheiros voltem para o seu devido lugar e também que, eles todos acabem com essas malditas desavenças (VOCÊS SABEM DO QUE EU ESTOU FALANDO, VADIOS!!) que tem tornado os encontros tão vazios e desinteressantes.
Quanto mais cozinheiros, melhor.
Aprendam a se suportar, malditos.
Minha namorada acha que eu levo isto aqui a sério demais.
Eu também diria isso se não a tivesse conhecido por intermédio da The Kitchen também, assim como as pessoas que saíram comigo hoje.
Um abraço para quem leu e para quem não leu também.

Da Minha Podridão.

Estou podre.
Serião.
Tipo.. devido à ausência de uma alimentação de qualidade, já estou apresentando problemas dentários e dermatológicos (é assim que se fala?) além do meu peso que deve aumentar a cada dia.
Me ajudem!!
Freud explica.. eu acho.
Existe um bagulhete em psicanálise chamado linha de morte (o outro parece se chamar linha de vida).
Quando a pessoa está em linha de morte, quanto mais ela se depara com coisas que vão destruí-la aos poucos, ela vai usufruindo de tais.
Isso explica o porquê dos fumantes, ao invés de pararem de fumar quando vêem aquelas propagandas horríveis no verso da caixa do cigarro, querem se drogar ainda mais.
Perverso, não?
Vejam só minha pele!!
Parece que vou explodir.

Pequena dúvida II.

Pinto ou não pinto meu cabelo de azul-marinho?
Posso fazer reflexo ou luzes.
Ah.. sei lá.
Não entendo dessas coisas.

Quarta-feira, 19 de setembro de 2007.

Pequena dúvida.

Eu não entendo os meus vizinhos.
Já estava mais do que na hora de eles me bombardearem ou pelo menos se queixar.
Vejam só, eu passo o dia inteiro e, às vezes a noite, ouvindo coisas de extremo mal gosto e bem agressivas tais como Bongwater, Ground Zero e As Melindrosas.
Às vezes quando eu passeio pelas ruas que cercam minha casa, senhoras parecem me evitar e os garotos sentem um desejo estranho de rir da minha cara.
E não é de admirar.
Não que eu me porte como um ET, mas já descobri que no volume em que ouço as coisas aqui, dá pra ouvir As Melindrosas até da China.
Mentira.
Claro que isso foi um exagero.
Hipérbole, acho.
Uma vez mostrei uma faixa do disco homônimo da banda The United States Of America para alguns da minha escola e eles compararam com música de igreja.
De fato, a música começava com uma espécie passagem sacra, quase que gregoriana, cantada em latim.
Isso fez com que eu ficasse com fama, não de cristão, mas sim de.. estranho?
É.. pode ser.
Mentira.
Mentira nada.
E.. se eu fosse algum de vocês, eu escutaria I've Got Something On My Mind da banda The Left Banke e compararia com a música-tema do (filme) Rei Leão -vocês me perdoem a ignorância, mas eu não faço a mínima idéia qual é o nome de tal música.
Não.. não é aquela do Elton John.
Ah.. adivinhem o que eu ganhei!!
-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-
Nem a pau que vocês vão adivinhar.
Um AllStar usado.
Legal, não?
Não?
Já devia ter imaginado.
Bem, agora eu sou um garoto alternativo.
Isso não é cool?
Não?
Cansei.
Cansei de vocês.
Cansei de ser sexy.
Mentira.


Quarta-feira, 19 de setembro de 2007.
Ao som de The Left Banke - I've Got Something On My Mind, Ivy Ivy (da mesma banda) e Stormy Six - L'Apprendista.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Da Situação Musical Atual ou Desabafo Inevitável Sobre A Questão Musical Brasileira ou Discurso Gigante Sobre Algo Chato

Gente..
Sabe o que é mais incrível do que falarem que tu tem mal gosto?
É ouvir isso de uma pessoa de péssimo gosto.
Sério mesmo.. várias pessoas com gosto péssimo, ao se depararem com algo que eu ouço e que não é de conhecimento de tais, já criticaram o meu gosto musical.
O pior é quando sabes que o que ouves é centenas de vezes melhor do que as pessoas que criticam o teu gosto musical costumam ouvir.
Será que estou me expressando da melhor maneira?
Tem várias pessoas que visitam o meu blogue e nenhuma tem um gosto musical tão deprimente como o das pessoas que já riram do que eu ouço.
Uma vez fui vaiado no Gal. Othello Franco (minha ex-escola) quando disse que Garota de Ipanema, canção de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Morais (duvido que alguém não soubesse, mas..), era melhor que uma canção qualquer da Avril Lavigne que eles discutiam.
Posso ter acertado naquela mas, hoje em dia que eu sou uma pessoa mais crítica, diria que Garota de Ipanema nem merecia seu lugar no pódium de uma das mais executadas do mundo.
Tá. A Helô Pinheiro deve ter mais QI do que quem passa horas ouvindo Avril Lavigne.
Mentira.
Eu posso estar sendo preconceituoso mas existem coisas que devem ser discutidas inveitavelmente.
Tem gente que só conhece Avril Lavigne e que não tem o menor senso musical ou crítico devido a uma educação deficiente e que acha (e continuará achando) que Avril Lavigne é a coisa melhor do mundo, a salvação de seus problemas.
Mas não é só a educação que falha nesse contexto.
Há muito tempo que gravações da qualidade que nós merecemos pararam de frequentar as nossas rádios e televisões (em [quase] todos os gêneros).
As músicas hoje em dia (como se isso não fosse comum desde a década de 60s) não duram na rádio por mais de um mês geralmente, sendo que a qualidade destas (vocês estão entendendo, né? claro que eu não estou generalizando) tem diminuído gradualmente para atender a um público que cada vez mais busca (ou faz-se buscar) por músicas fáceis de serem compreendidas tanto no sentido musical quanto no sentido lírico.
Está aí o porquê do fracasso (no sentido comercial) de estilos esquecidos como a música conceitual, instrumental, erudito-clássica, experimental e world fusion e também de movimentos e cenas como o Rock In Opposition, o tropicalismo ou as bandas consideradas vanguarda¹.
Alguns estilos como o rap e o funk foram mais astutos e tiraram um dos elementos sonoros que mais demoraram a ser dominados que é a melodia.
E o pior é que essa onda de música ruim (sem generalizar) estendeu-se às chamadas tribos (nome ridículo) urbanas.
Cada tribo tem seu estilo musical representante mas todas carregam uma terrível característica em: a ausência de qualidade.
Mais uma vez: não estou generalizando.
Acho que todos (os que não tem preguiça de ler) aqui devem compartilham a minha angústia.
Se eu mostrasse este texto a um ex-amigo meu do Gal. Othello Franco, ele provavelmente desistiria no segundo parágrafo.
Mas.. sabem o que é engraçado?
Existem milhares de tribos (nome ridículo) urbanas e subculturas com estilos musicais e de vida mas, vejam que gozado, todas consomem as mesmas coisas.
É claro: as tribos de elite consomem as mesmas coisas enquanto as outras classes consomem as coisas comuns dentro de suas próprias liberdades, mas isso não significa nada: a música virou um produtinho de fast-food engana-estômago qualquer.
Espero estar sendo compreensivo.
Eu tinha que desabafar.. aliás, esse é o nó da garganta de muita gente que conheço.
O jeito é torcer para que a situação musical, não só no Brasil, mas na cena mundial, melhore nem que os músicos eruditos tenham de dar um golpe interestatal e monopolizar a música.
Sei lá.. às vezes eu fico pensando (vegetando?) se não seria melhor militares de bom gosto no poder do que os políticos corruptos de mal gosto musical que presidem o nosso Estado.
Estou brincando.
Talvez os músicos voltassem a ser mais criativos como os da década de 70s.
Mentira.
Essa história da boa música brasileira ter sido estimulada pelo Golpe Militar pelo próprio é mito.
Talvez não, mas existem motivos para que eu pense nisso.
E, mesmo que houvesse um novo golpe e a área criativa e musical fosse estimulada, ela estaria sujeita/destinada somente à elite.
Quase ninguém sabe, mas todos aqueles que são considerados os mestres da MPB e que foram de importante figuração na cena musical brasileira durante a década de 70s² não tinham um público tão vasto como se pensa.
A elite sempre foi o público alvo da (suposta) Música Popular Brasileira enquanto os que vendiam mesmo e ficavam no topo das paradas tais como Paulo Sérgio, Odair José, Fernando Mendes e outros, foram esquecidos por não se enquadarem em uma das duas vertentes da MPB: a tradição e o universalismo; segundo Paulo César Araújo, autor de "Eu Não Sou Cachorro Não".
Pode até ser que todos esses músicos possam não ter produzido obras-primas mas foram importantes no âmbito social e até na luta contra a ditadura, por tão incrível que isso possa parecer durante a década de 70s.
Mas, vejam bem.. não estou generalizando.
Com a vulgarização atual da música, o estilo que eles produziram na década de 70s acabou se tornando mais desfalcada em qualidade, vulgarizando o estilo como se ele tivesse sempre tido a intenção de ser comercializado.
Mas, poxa, até os Beatles produziram obras de fácil assimilação e altamente comerciais.
Mas a minha intenção agora não é polemizar -pelo menos em relação a isso.
É quase comum que as elites é que optem pelo que será registrado pela história para a posteridade e isso, naturalmente, se repete na questão musical.
Segundo Nietzsche, quem determina até o nome das coisas, são as classes dominantes.
Isso não é legal?
Não?
Droga.
Esse desabafo está tornando-se um épico, já.
Duvido que algum leitor chegue até aqui.
Mesmo porque estou falando sobre um tema sério e não sobre um amigo de setenta e poucos anos que foi comigo a um vernisage comer gratuitamente.
Eu não sei se levo a questão musical muito a sério.
Me corrijam se eu estiver errado.

Quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Ao som da primeira à nona faixas do álbum Live At Montreaux Jazz Festival com Elis Regina gravado em 1979.

____________________________________________________________
1-Termos como música
clássica, erudita e vanguarda são muito vagos. Não que Música Popular Brasileira também não o seja.
2-Quando cito a década de
70s, geralmente me refiro (pelo menos neste texto) ou ao período de duração do Governo Militar no Brasil (excluindo os últimos anos do governo quando a música de protesto foi adotada por bandas de rock na década de 80s) ou então ao período de 1968 à 1978, auge da música predominantemente ouvida pelas classes excluídas.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Nada de título dadaísta hoje.

Hoje eu não vou indicar banda alguma nem falar de como eu sou feliz ou infeliz ou então contar sobre alguma coisa engraçada que aconteceu comigo.
Nada de passeios tediosos nem resenhas de sites, bandas e nenhuma poesia.
Nenhum comunicado ou intermezzo.
Nenhuma crítica.
Nada de AllStar "mamãe-sou-indie".
Nada de indies.
Hoje eu vou falar sobre nada.
Mentira.
É isso que acontece quando eu quero postar algo e me falta a criatividade: minto sobre não falar nada.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Batalha Final

No dia marcado,
As tropas militares
De São Máximo do Oeste
E São Mínimo do Leste,
Se enfrentaram como dois leões
Que lutam por uma fêmea
Ou por um determinado espaço.
Um dia depois,
Tanto São Máximo do Oeste
Quanto São Mínimo do Leste,
Seriam retiradas do mapa.
Mentira.

Palestra Anti-Suicida Aos Carolas De São Mínimo Do Leste

Está mais do que certo
Que está tudo bem certo.
Mas o que é errado?
Eu não faço idéia.
Nesta comunidade
Tudo convive em harmonia.
E não acho que
"Errado" deva existir nem
No nosso vocabulário.
Porém, contudo,
Tudo o que todos de lá
Tentam é fazer mau
A si mesmos, cometendo
Um crime bárbaro e anormal.
Também, se não bastasse,
A certa incerteza daquele
Povo indeciso, ocasiona
Problemas de segurança..
Vejam só aquelas crianças:
Elas são capazes de matar aos próprios pais.

Não podemos deixar
Que esses loucos se matem!
Levante a mão, quem quiser impedir a morte de várias pessoas.
Só precisaremos de uma hora de baderna para ganhar a humanidade.
Mentira.

Palestra Suicida Aos Carolas De São Máximo Do Oeste

Está mais do que certo
Que está tudo errado.
Mas o que é incerto?
Eu não faço idéia.
Comigo, eu creio,
Vai tudo bem
E não acho que
"Ir bem" seja
Tarefa mui árdua.
Porém, contudo,
Tudo o que todos
Tentam é ficar bem,
Como se isso fosse
Tarefa do além.
Também, se não bastasse
A certa incerteza
Enfrentamos um terrível
Problema de segurança..
Vejam só nossas crianças:
Elas são capazes de matar aos próprios pais.

Sugiro uma apoplexia voluntária.
Injeções, cérebro, concentração..
Levante a mão, quem quiser zarpar comigo nesta empreitada.
Precisamos de um segundo de silêncio para ganhar a humanidade.
Mentira.

domingo, 9 de setembro de 2007

Escalation, galeria do rock e Bernardo e o bando do cão sem dono.

É isso aí.
Fui ontem à galeria do rock com Bruna novamente.
Eu queria tanto achar um álbum..
Escalation de Ennio Morricone, álbum de 1968.
Esse álbum na verdade é um soundtrack do filme Escalation.
E daí?
Nhá..
Bruna comprou um disco do Bob Dylan (Desire).
Saímos da galeria do rock e fomos em direção à Sé.
Passamos em sebo cujo nome eu ignorei.
Nele comprei o livro Morro Dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights) de Emily Brontë e um CD de um músico de Folk-Rock canadense de nome Bruce Cockburn -tal CD não me agradou muito.
Bruna comprou uma coletânea em LP que tinha a mulherzinha-da-pop-art de Roy Lishtiearpakedodinpedople na capa.
Seguimos pelas ruas do centro.
O nosso intuito era chegar ao sebo Messias.
Chegamos.
Lá, depois da decepção de não encontrar o Escalation, comprei um disco da Sagração da Primavera de Igor Stravinsky (cujo CD eu já tinha), um EP das Melindrosas (Disco Baby Vol.2), um CD de um grupo chamado Bernardo e o Bando do Cão sem Dono (Quero Seu Endereço) e também um CD de um grupo de nome Batuque Pop.
Me arrependi de quase tudo que comprei.
Preferia ter guardado o dinheiro.
E.. Escalation..
Você é meu.
Aguarde e espere.
Veja e virá.
Como diria o tio Rôni Vão, "quem viver verá!!".
E que assim seja.


Domingo, 9 de setembro de 2007

7 de Setembro de 2007, soldados, cavalos, cachorros e uma peça de teatro.

Sobre a cabeça os aviões, sobre meus pés os caminhões.
Ontem fui ao tradicional desfile militar de 7 de Setembro.
Fui com minha tia e uma blusa vermelha com o símbolo da causa operária.
Entrei na passarela e fui metralhado enquanto a multidão gritava barbaridades como "OLHA O COMUNISTA!! MATA, MATA, MATA!!".
Mentira.
Só é verdade a parte em que eu falo que saí com minha tia.
Foi divertido.
Ficamos duas horas embaixo do sol..
Embaixo do Sol?
Eita.. mas que diabos.
Foi divertido.
Ficamos duas horas sob o céu.
Sobre a cabeça os aviões, sobre meus pés os caminhões.
De novo?
Sim.
Vários fanfarrões escolares e fanfarrinhas militares desfilaram assim como os veteranos da Segunda Guerra Mundial -daqui a alguns anos, eles serão empalhados para podeem desfilar até o fim da eternidade.
Carros da polícia de todos os tipos e gêneros (e que eu nunca vi trabalhando), batalhões de militares lindos (e maltratados), tropas, bandeiras e cachorros lindos (e maltratados) passavam pelos olhos de milhares de pessoas que, como eu e minha tia, derretiam no sambódromo.
De vez em quando, helicópteros sobrevoavam sobre nós.
Legal, né?
Não?
Saco.
Por último, cavalos lindos (e maltratados) desfilaram.
Sobre eles, soldados lindos (e maltratados) faziam macaquices como ficar de pé e pular e voltar.
Depois de me entupir de comer, tomar um remédio para dor de cabeça cujo nome eu esqueci e vegetar durante toda a tarde, fui com minha tia, minha mãe e minha avó assistir a um peça de teatro.
Dupla do Barulho que estreou no teatro Eva Wilma no dia da Independência é bem legal.
Apesar do nome infantil, a peça é uma comédia adulta.
O elenco é composto por dois senhores e uma mulher na meia idade.
Ah.. eu não vou contar a peça aqui, assim desse jeito.
Depois que a minha enquete do ladinho direito aí atingir os cinqüenta votos, talvez eu conte o enredo da peça.
Acho que não tem mais nada aqui para ser dito.
Pelo menos nada de interessante.
Depois do teatro passamos (eu e minha mãe) em uma padaria 24 horas daqui e compramos quitutes para dobrar o peso de qualquer um.
Ah.. assisti ao último capítulo da temporada de Carga Pesada.
Viu?
Disse que não era nada de interessante.

Sábado, 8 de setembro de 2007

Intermezzo.

Nunca me perguntem o que é um vernisage.
Capaz de dar uma cabeçada em vocês.
E olha que a minha cabeçada é melhor que a do Zidane.
Quem quiser o telefone da pessoa que organizou o evento, aí está:
Neusa Formigoni
(11) 6941-6716.

O cartão é engraçado.
Tem uma formiguinha.
Quem quiser passar um trote a ela, diga que quem indicou foi Sílvio Romero.
Obrigado pela atenção.

Quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O dia em que eu saí com um amigo de setenta e poucos anos para passar a noite em um retiro para velhinhos e comer gratuitamente.

Bem.. ontem fui a um vernisage.
Grande coisa?
Não.
Eu fui com o meu amigo Oscar de setenta e poucos anos.
Lá cumprimentei pessoas que eu nunca vi e que até o ano que vem -espero- baterão as botas.
Também comi muito bem de graça.
Os petiscos eram bem fortes e gostosos.
Tinha um de queijo com menta e um pedacinho de cereja em cima.
E tinha um com um patê de um queijo bem forte lá cujo nome eu ignorei.
Não.. não era gorgonzola.
Ah.. foi bem excitante ficar em um lugar apertado de pé durante duas horas disputando espaço com quadros, garçonetes e ilmos senhores cheirando a creolina.
Tudo foi compensado pelos quitutes.
Devo ter bebido mais ou menos um litro e meio de refrigerante e suco de manga.
E, que coisa chata.. os garçonetes me ignoravam porque sabiam que eu ia aceitar.
Mas -parafraseando Tia Frita- meu caneco, viu!?
Ah.. a Rosana apareceu lá.
Eu a chamei e nós conversamos um pouco.
-Oi Eros.
Beijinhos.
-O que você 'tá fazendo aí?
Uma faixa isolava a exposição do Dr.José Ming e o asilo enlatado dentro do shopping -o que ninguém sabia era que era possível entrar dentro do asilo enlatado e, além de comer de graça, ver uma exposição.
-Ah.. eu 'tô com um amigo.
Aponto para o Oscar2.
-Mm.. ahn!? Ah.. legal. Eu 'tô procurando o Jurinha3.
Jurinha tinha ido fumar.
Pedi que ela mandasse abraços para o Tiago4 e talz.
Etcaterva.
Dentro do vernisage, Oscar encontrou um amigo de longa data.
Era um baixista.
Um baixista da Jovem Guarda5.
Ele tocou nos Jets6.
Já tocou com o Cauby Peixoto e com o Dominguinhos também.
Puta curriculum, não?
Não!
Eu senti que o baixista -cujo nome eu ignoro- e o Oscar estavam disputando quem conhecia mais pessoa além de listar os colegas que já haviam morrido.
Parece que eles estavam blefando.
-Pô, 'cê conhece o Satanás?
-Quem?
-Satanás7!
-Não, não..
-E o Azeitona8?
-Ah.. conheço.. ele morreu, né?
-Faz mais de quinze anos.
Os nomes citados eram os mais bizarros e variados possíveis.
-Tinha o Cabeleira9, o Vassourinha10, o Milton Banana11..
-O Miltinho12, o Toninho Calça-Justa13..
-Putz.. pode crer! O Miltinho, o Toninho Calça-Justa..
Aí depois, eles listavam qual desses já tinham batido as botas: quase todos.
O Jurinha14 apareceu.
Fui cumprimentá-lo.
-Jurinha?
Olha pra mim.
-Opa. Que que 'tá fazendo aí?
Se lembram quando eu disse que tinha um asilo enlatado isolado no shopping?
-Ah.. passeando.
Só olhei pro Oscar que agora, além do baixista, conversava com o José Ming, o pintor da exposição.
O Dr.Ming, além de puta pintor, é um baita d'um músico.
Ele toca o acordeão como poucos e já formou centenas de pintores e músicos.
-E esse vinho aí?
-É coca-cola.
-Eu 'tô procurando a Rosana.
-Ah.. ela passou por aqui?
-Passou?
"Não Jurinha, eu tive uma visão".
-Sim Jurinha, ela passou.
Is the book on the table?
-Beleza. Falou.
-Falou.
O Dr.Ming pintou os "defuntos do Tatuapé": um auto-retrato, um retrato do Paulo Abarca15 e outro do Alfredo Luiz16 (que escaparam do cemitério para irem ao vernisage) e retratos das pessoas homenageadas em várias ruas importantes do Tatuapé (Anália Franco, Emília Marengo, Francisco Marengo, Celso Garcia, Conselheiro Carrão, Regente Feijó, Brás Cubas, Sílvio Romero entre outros: só nobres).
Despedi-me do Oscar, cheguei em casa e, ao deitar-me, pensei em duas coisas.
A primeira foi: preciso contar isso no blogue.
A segunda: minha nossa, como estavam bons aqueles quitutes.


Quinta-feira, 6 de setembro de 2007
___________________________________________________________
1 - Não tem 1, seu idiota.
2 - Meu amigo de setenta e poucos anos.
3 - Jurandir: marido da Rosana.
4 - Filho do Jurinha e da Rosana.
5 - Pior movimento musical oriundo da década de 60's no Brasil.
6 - Péssimo grupo da Jovem Guarda.
7 - Capeta, Demônio, Belzebu, Chifrudo, Diabo.
8 - Fruto da oliveira.
9 - Sinônimo de aumentativo de cabelo.
10 - Diminutivo de vassoura.
11 - Fruto da bananeira.
12 - God only knows.
13 - Característica presente em grupos de heavy metal e emo music.
14 - Já disse, caramba.. Vide o número 3.
15 - Sei lá eu quem é.. acho que é tipo um historiador que 'tá vivo, algo do gênero.
16 - Seus preguiçosos, por que não pesquisam?

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

As Cinco Resenhas Da Vez -04/09/2007d.C.

Cara..
Resolvi fazer uma lista das cinco melhores bandas da vez, tipo um Top, saca?
Mas o bagulho é sério, manow!!
Eu sei que muita gente ri do que eu ouço mas, eu não tenho vergonha de nada que eu ouço.
Eu gosto muito de cada banda que citarei então, não usarei um critério concreto para definir a colocação de cada uma.

1.The United States Of America
Principal álbum: "The United States Of America" de 1968
Nacionalidade: Estadunidense
Integrantes: Joe Byrd (teclados), Dorothy Moskowitz (voz), Gordon Marron (violino elétrico, ring modulator), Rand Forbes (baixo elétrico), Craig Woodson (percurssão e bateria) e Ed Bogas (músico convidado; teclados).
Banda que, após quase dois anos conturbados se desfez e, como único patrimônio, deixou uma obra prima: um disco homônimo. O disco (raríssimo), é considerado um dos dez mais experimentais da história do rock pela revista Mojo. As músicas bem diversificadas, simples e originais (hoje em dia, o que é simples e original?) misturavam música de câmara, rock psicodélico e música de cabaré com letras inteligentes, críticas e, às vezes, nonsense. A música que geralmente é destacada, é The Garden Of Earthly Delights (Música baseada no quadro de Hyeronimus Bosch com letra que lembra seres exóticos. Woodson, Forbes e a dupla Marron e Byrd que se divertem com o Ring Modulator, um sintetizador construído para a própria banda, constroem o clima perfeito para a voz de Moskowitz, um jardim elétrico) mas eu acho que o disco inteiro (principalmente o Lado B) merece ser contemplado. Chamo a atenção para o arranjo de I Won't Leave My Wooden Wife For You, Sugar, Where is Yesterday e, principalmente, Stranded In Time, sem dúvida, uma verdadeira obra-prima da década de 60s que foi esquecida. Stranded In Time antecede a pérola que encerra o disco: The American Way Of Love, que tem dois movimentos (característica predominante na música erudita). The American Methaphysical Circus, Love Song For Dead Che e Coming Down com suas letras, impressionam pela ousadia e ironia. Hard Coming Love mostra todo o virtuosismo de Gordon Marron no violino elétrico, e Cloud Song é uma breve viagem (ou friagem). Esse disco é realmente, um dos melhores que eu já tive o prazer de ouvir.

2.White Noise
Principal álbum: "An Eletric Storm" de 1969
Nacionalidade: Inglesa
Integrantes: David Vorhaus, Delia Derbyshire e Brian Hodgson.
Considerada uma das dez bandas mais experimentais pela mesma lista que consagrou The United States Of America e com um dos discos mais raros do mundo, White Noise é bem misteriosa. David Vorhaus fundou a banda em 1969 com Delia Derbyshire e Brian Hodgson. Eles a criaram com o intuito de fazerem experimentos com música eletrônica para a BBC mas An Eletric Storm acabou tendo um caráter bem pop, além de experimental. Todas as faixas desse álbum merecem bastante atenção e compreensão. Afinal, o disco foi confeccionado no final da década de 60s onde muitos efeitos e sons eram, de certo modo, árduos e difíceis de serem conseguidos. Os críticos costumam privilegiar Love Without Sound, faixa que inaugura o álbum, mas todas tem uma característica especial. Desde My Game Of Loving e sua chuva de orgasmos, passando por Here Comes The Fleas (provavelmente, uma das mais complicadas), Firebird (talvez a mais bela melodia da banda), Your Hidden Dreams (uma apaixonada canção) até as épicas The Visitations e The Black Mass - An Eletric Storm. Depois de An Eletric Storm, só sobrou David Vorhaus na banda. Depois de An Eletric Storm, ele ainda lançou mais cinco álbuns totalmente voltados ao experimentalismo e às novas descobertas na música sintetizada eletrônica, cada um gravado em décadas diferentes. Sim, é uma banda bem misteriosa mesmo.

3.Aksak Maboul
Principal álbum: "Onze Dances Pour Combattre La Migraine" de 1977
Nacionalidade: Belga
Integrantes: Marc Hollander, Vincent Kenis (acordeão, guitarra), Mark Moulin, Chris Joris (saxofone, teclados), Frank Wuyts (teclados), Michel Berkmans (fagote) e Denis Van Hecke (violoncelo), além de convidados.
Bela banda. Mistura música erudita, world fusion e virtuosismo, mas não apenas o instrumental: a banda é uma inovação dentro do estúdio, nos arranjos, nas melodias e na maneira de misturar as coisas. Quem ouvir Son Of L'Idiot do álbum Onze Dances Pour Combattre La Migraine saberá do que falo. Esse álbum inaugurou o selo Crammed, famoso por gravar artistas alternativos do mundo inteiro. O selo teve seu auge artístico na década de 80s. Faixas que merecem ser comentadas: Milano Per Caso tem uma melodia belíssima e é um verdadeira aula de orquestração e arranjamento popular; Chanter Est Sain é uma bela peça e a mais bela do álbum quando a voz é inserida; Son Of L'Idiot mistura música africana contemporânea, instrumentos eruditos e guitarras elétricas lindas; o disco prossegue até culminar em Mastoul Alakefak e Mastoul, one year later onde toda a matéria-prima do álbum é misturada simultâneamente; A Modern Lesson do álbum Un Peu De L'Âme Des Bandits de 1979, mistura música erudita e música eletrônica com uma voz bem bizarra; Palmiers In Pots, um tango, é mais uma lição de que Aksak Maboul é uma banda totalmente multifacetada; Cinema é uma faixa épica com vários andamentos, uma pérola de Un Peu De L'Âme Des Bandits. Sem dúvida, um álbum que deve ser ouvido com o mesmo carinho com a qual foi feito.

4.Bongwater
Principal álbum: "Double Bummer" de 1988
Nacionalidade: Estadunidense
Integrantes: Ann Magnuson e Mark Kramer, além dos músicos convidados secundários.
Listada na 47ª posição da lista da Mojo na qual The United States Of America (The United States Of America) e White Noise (An Eletric Storm) também estão presentes, Bongwater (Double Bummer) desconstrói tudo o que veio antes de 1988 reconstruindo da maneira mais lisérgica possível. Nada escapa deles, de Beatles a Carole King, de Cure a David Bowie. Letras críticas e roupagens inovadoras até para a década de 90s. Double Bummer é um dos álbuns duplos mais corajosos e ousados da história do rock que, para uma banda que é capaz de transformar Love You To dos Beatles em lisergia gótica, não deve ser nada. Prefiro não comentar sobre cada faixa afinal, o álbum inteiro é sem comentários. Ou melhor, tenho um comentário sobre o álbum: Double Bummer não foi feito para agradar ouvidos muito sensíveis.

5.Aguaturbia
Principal álbum: "Psychedelic Drugstore" de 1970
Nacionalidade: Chilena
Integrantes: Carlos Corales (guitarra), Denise (voz), Ricardo Briones (baixo elétrico) e Willy Cavada (bateria).
Provavelmente, a melhor banda de rock psicodélico chilena. Psychedelic Drugstore é um álbum lisérgico e sensual que apresenta vários riffs e solos ótimos de guitarra. Apresenta desde um cover de Jefferson Airplane (Somebody To Love), passando por música-de-strip-tease (Erotica), músicas de teor jazzístico alto e bastante blues (Heartbreaker, Blues On The Westside), experimentalismo (I Wonder Who) e música tradicional chilena (Aguaturbia). O Chile é uma ótima fonte musical assim como o Brasil e a Bélgica, mas as ótimas bandas e estilos que existem no mundo inteiro, são ofuscadas pela divulgação em massa da música estadunidense.

Terça-feira, 4 de setembro de 2007
(ao som do Double Bummer inteiro)

Pirata de orelha, a coruja e, acreditem, Tia Frita não está morta.

E o Dr. House?
Bom pacas, né?
Mas tipo.. pena que a quarta temporada ainda não começou.
Tô super ansiosa(o).
Meu caneco, viu!?
Pelas barbas do profeta.
Natalino que o diga.
Ele tem um xará agora: é o cachorro do André.
Não "cachorro do André" no sentido hostil, entende?
Tipo.. o "cachorro" é no sentido literário.
Vocês entenderam?
Espero que sim.
A questão é que esse tal de Eros não 'tá com nada.
Ele fica imitando o meu estilo literário.
Pulando as linhas o tempo inteiro.
Mas que saco.
Que cara chato.
Aff..
Cansei.
Cansei de ser sexy.
Mentira.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Livraria Cultura, Gianni Ratto, Oscar Freire e Cafés alternativos onde as pessoas pagam de cult.

Ontem fui com Bruna, Letícia e Ingrid à Rua Oscar Freire.
Interessante, não?
Mas foi mesmo.
Vimos pessoas normais, lojas com peças de roupas onde as pessoas pagam bem caro para fazerem propaganda da marca e vários cafés alternativos onde as pessoas pagam de cult.
Logo que desembocamos na Avenida Paulista, fomos a um shopping, mais precisamente à Livraria Cultura onde as meninas tiveram que me tirar à força.
Mas que saudades de Antonín Dvoràk..
Fomos a uma exposição sobre Gianni Ratto, um desconhecido "diretor, cenógrafo, figurinista, iluminador e ocasionalmente ator" segundo o folheto -este que mais tarde Letícia esmagaria com seu AllStar "mamãe-sou-indie".
O melhor da exposição sem dúvida, era a água.
Descemos à Oscar Freire onde as meninas (Letícia e Ingrid) queriam pagar de pattys.
Enquanto isso, Bruna e Eu debochávamos de [quase] tudo que nós víamos.
E, toda vez que eu via um Café alternativo onde as pessoas pagam de cult, eu fazia o seguinte comentário: "Olhem meninas.. Um Café alternativo!! Vamos pagar de cult?"
Tenho testemunhas.
Paramos em um café alternativo onde as pessoas pagam de cult chamado Galeria dos Pães.
Na verdade era o menos alternativo porque não tinha nem a revista 'Ocas; nem a piauí.
Lá comi um croissant de queijo branco e um Brownie.
Mas nada se comparou ao doce que a Ingrid pediu.
Uma espécie de mousse de chocolate e damasco.
Meu computador tem me dado uns sustos.
Sério.. vou surtar daqui a pouco (isso não foi estranho, foi?).
Primeiro, é placa de som de desencaixa.
Depois é o (mal/ben)dito do monitor que, de uma para outra fica laranja e depois, colorido de novo.
É a síndrome robótica de camaleão.
O meu monitor está se camuflando.
Mentira.
Minha parede não é nem laranja, nem colorida.
Por que estou dizendo isso?
Depois da Oscar Freire, fomos à Alameda Jaú, na loja Comix porque, além de pattys, as meninas também queriam pagar de otakus.
Passamos por um atelier de fachada acabada e porca onde fomos bem recebidos (Letícia e Eu), por um cara bem underground que nos apresentou seus amigos desocupados, fumantes e viciados.
"Esses aí são meus amigos".
E que cheiro asfixiante de cigarro..
As obras nem eram das piores, mas resolvemos sair rapidamente.
Depois de passar por uma loja de CDs usados onde tinha desde Pepê e Neném a Sebastian Hits (garoto propaganda das lojas C&A).
Fomos embora.. até que foi divertido.

Domingo, 2 de setembro de 2007

Você é um pseudo-pop-cult emepebista que acha que Vanessa da Mata é a salvação da Música (Im)Popular Brasileira?? Não leia este texto!!

Cara..
Por mais metido e pseudo-cult que eu seja..
Acho meio impossível suportar a Vanessa da Mata.
Eu realmente não consigo entendê-la.
De uma hora pra outra ela passou a fazer uma MPB pop aleninezada (não confundir alienada).
Eu não acho que ela seja uma das maiores cantoras da atualidade.
Ela deve ter "dado" pra crítica (puxa.. como eu sou vulgar. O que vocês acham de eu arder no mármore do inferno?).
Vejam bem, eu acho que a Badi Assad que, por ser de berço como a própria Vanessa, não busca muito por um público pop, faz um trabalho bem melhor.
Mas isso é quase lei.
A voz da Badi Assad e a da Vanessa da Mata são semelhantes.
A diferença é que a Vanessa da Mata aceitou se sujeitar a gravar coisas péssimas.
Mas eu nem acho que ela precisava.
Bom.. a Marisa Monte começou gravando coisa boa.
Quer dizer, melhor não vulgarizar..
A Marisa Monte -corrigindo- começou a carreira gravando MPB.
Mas.. sei lá.. depois de ganhar crédito com os emepebistas, talvez pelo fato de não estar satisfeita com a sua posição na High Society, inexplicavelmente, começou a gravar coisas bastante bregas e.. (Eros.. ¬¬) ou melhor, coisas com menos conteúdo que as canções anteriores. Seu colega Arnaldo Antunes também acompanhou o ritmo decadente da MPB.
E, meu caneco, MPB.
MPB não tem nada a ver com o que nós chamamos hoje em dia de MPB.
KLB, no sentido literário do termo, seria mais MPB do que propriamente Badi Assad ou Vanessa da Mata.
E a Maria Rita?
Eu não entendo por que se foi se instalando pelo senso comum dos brasileiros que a Maria Rita é uma péssima cantora.
As pessoas ignoram-na sem explicação.
Minto.
Existe uma explicação.
Só que ela é invisível e onipresente.
Aí fica difícil.
Talvez Deus tenha ordenado que as pessoas odeiem Maria Rita.
Tá certo que ela aproveitou.
Veio de berço, filha da maior cantora que o Brasil já teve (é minha opinião), e talz..
Mas eu não acho que ela seja ruim.
Na minha opinião (que vale mais que um quindim), Maria Rita é tão competente quanto Vanessa da Mata.
Aliás, a família "Mariano" é excepcionalmente ótima musicalmente.
Pedro Mariano, Maria Rita Mariano.. ótimos cantores.
César Camargo Mariano, um dos melhores pianistas/tecladistas que o Brasil já pariu.
João Menescal, filho de Elis Regina e Roberto Menescal, ótimo contrabaixista.
Elis Regina..
Eca.. em pensar que comecei esse texto falando da Vanessa da Mata.

Sábado, 1 de setembro de 2007

O Paradoxo da Mosca

Era uma vez uma mosca..
E ela não tinha querer,
Mas queria poder..
Poder querer algo.
Mas era só uma mosca..
E que uma mosca podia querer?
Eu sei lá!
Nunca conversei com uma..
Pelo menos eu acho.
E é difícil que eu converse ainda
Um dia com uma.
Vários mil anos de civilização racional,
E ninguém nunca ouviu uma mosca falar.
Talvez elas nunca tivessem oportunidade.
As pessoas que são cruéis, na verdade.
Um "bzzz" qualquer e lá se vai
A pobre mosca
De vida vazia.
O que a pobre fazia?
Sobrevivia.
Pobre mosca.
Vegeta em busca de alimento.
E vive em tormento:
Quer algo,
Mas não pode querer.
E o dia em que uma mosca
Começar a querer algo
E expressar seus sentimentos
Profundos e magoados,
Vai ser tarde demais:
Não haverá mais ninguém
Para poder escutá-la.

Sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Semana de prova no Tales de Mileto; disputas acirradas e muita emoção.

Puxa..
Eu estou tão feliz.
Tive um desenvolvimento ótimo na escola ultimamente.
Eu precisava desabafar.
Ainda não estou isento de uma possível recuperação.
Mas, eu acertei 31 questões de 32 (Inglês).
Tirei Dez de Matemática pelo primeira vez no ano (e numa prova trimestral onde teve gente que tirou Zero).
Nove e meio na média de história.
Nove na prova de Física.
Sete em literatura (maior nota da sala).
Sete em português (oito com o bônus da correção).
Estou confiante sobre Biologia: a (vaca da) professora deixou que nós colássemos durante sua própria prova.
Acho que ela fica excitada em fazer algo proibido.
Terceiro lugar na classe e também na escola no simulado: 43 de 80 questões.
Acham que eu fui mal?
Anik Iodes Perches: 19 de 80.
Queria mandar um abraço à Dani (companheira de Dez em Matemática e Dez em Inglês, segundo lugar no simulado (49 de 80), entre vários outros) e ao Pedro (primeiro lugar no simulado (50 de 80).. nossa.. pareço comentarista do Pan Americano).
Estou orgulhoso da minha sala (menos do Jay Gee, óbvio), os quatro primeiros lugares foram nossos no simulado. A Letícia ficou 7º. Felipe, irmão dela que está no segundo ano, em 5º. Jéssica, amiga do Felipe e da Anik, ficou em 8º.
Aconteceu uma coisa curiosa também.
Cinco pessoas da nossa classe ficaram em 10º lugar com 33 pontos.
Quatro dessas cinco (Mariana, Thayná, Jay Gee e Gabriel) acertaram quase que milagrosamente as mesmas questões.
Me desculpem mais uma vez, leitores (eu tenho leitores?).
Eu tinha que desabafar.

Sexta-feira, 31 de agosto de 2007
(ao som do 'primeiro lado' do álbum Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles de 1967)
o mês é agosto.. a gosto.. entenderam? isso não é engraçado?

Odeio ser conhecido. Odeio ser reconhecido.

Puxa, eu fiquei surpreso.
Sério mesmo.
Dia 26 (sábado) eu saí com Bruna e fomos até o parque do Piqueri no lado "Boulevard" do Tatuapé.
Logo na entrada do parque, uma menina cujo nome eu já havia esquecido há meses (anos?), passou por mim dizendo "'Tá namorando.."
Minha resposta foi a mais sutil possível.
"Não me diga.."
A questão é que, depois que eu deixei de frequentar a minha rua porque os moleques imbecis de hoje em dia só pensam em jogar futebol, empinar pipa e falar sobre o super vídeo-game que o pai dele se matou pra comprar (e se gabar disso), nunca mais conversei com bastante gente.
Muitos me cumprimentam até hoje.
Tá. Poucos. Tipo o Caique e o Vinícius (os nomes estão corretos?).
Rendi belas inimizades também.
Sem contar os preconceitos todos que eu sofri (haviam poucos na rua que não eram pardos, odiava (odeio) esportes, nunca tive vídeo-game, morei na Avenida Renata (lugar péssimo para se empinar pipa), até hoje nunca andei de bicicleta e sou obeso).
Ah.. durante algum pouco tempo eu tive um círculo de amizades bonito.
Rafael, Gabriel, Felipe "Café", Carlos Alex e Eu.. Daqui a cinco anos, ninguém mais saberá sobre ninguém.
Mas que desastre: todos mudaram, menos eu.
Primeiro o Felipe "Café".
Meu primo Fábio estava em São Paulo e dormira em casa.
Acho que era(m?) seis ou sete da manhã quando nós dois acordamos.
Fomos à casa do Carlos Alex (mesmo quarteirão) e deparamo-nos com um caminhão enorme na frente da casa do Felipe.
Despedimo-nos.
Depois disso, só o vi uma vez.
Inclusive, olhem que engraçado, os que estavam na rua eram o Felipe 'Leite', o Felipe 'Capuccinno' e o Felipe 'Café'.
Ocorre que o primeiro é extra-branco.
O segundo, pardo.
O terceiro, extra-negro.
E o Felipe 'Capuccino' também mudou.
Meu.. estou me sentindo extra-ridículo.
Cara, como eu me lembro dessas coisas?
Essas coisas aconteceram há alguns anos, já.
E..
Não me arrependo de ter brigado com o (José) Carlos Alex (Castilho Mato Valverde) -que nomezinho..
Que demônios estou falando?
Meu nome é Eros.
Bem..
Me senti tão feliz e satisfeito quando ele se mudou..
Deixamos de nos falar por anos.
Até que..
Ano passado (retrasado?), Paulo Renato e Eu achamos ele no orkut e, consequentemente, adicionamos ele no MSN.. mas a gente quase não mantém contato.
Ele me chama de "bunda fofa" até hoje.
¬¬
Eu deixei de frequentar a rua..
Tempos depois, fiquei sabendo que os gêmeos Gabriel e Rafael haviam se isolado.
Eles estavam fanáticos por vídeo-game além de passarem o dia inteiro vendo como seu baralho de Yu-Gi-Oh era bom.
Tá. Isso é mentira.
Eles também se mudaram.
Fora desses quatro principais amigos, tinham vários outros.
Todos se conheciam, ou quase todos.
Essa môça, a que me surpreendeu no parque, já mãe, era uma das pessoas que frequentavam a rua, mais precisamente, a porta de sua própria casa.
Era mais velha que a grande maioria das pessoas lá.
(Hoje, cumprimentando o Caique e o Vinícius eu me sinto bem ridículo por ter sido tão infantil um dia.. ou melhor, acho que eles que não cresceram.)
Ocorre que dia 27, Segunda-feira, me dirigia ao Amaral, a padaria mais cara e também a mais próxima que o meu corpo preguiçoso pode suportar, passei por essa mesma môça.
De longe, ela já começou com um discurso convincente, emocionante e sem direito á réplica contra minha pessoa.
"Nossa.. você é muito mal-educado, hein!? Ontem eu 'tava só brincando e você 'E..!' Parece que quando mais cresce fica cada vez mais gordo, e mais bobo, e mais.."
Quando dei por mim, ela já estava a centímetros-luz de mim novamente e ainda continuava a me praguejar.
Após a compra de alguns poucos pães no Amaral, desci para a minha casa novamente -como se eu tivesse outro endereço.
Quase na entrada da minha 'viela' (isso é tão cruel..), me surpreendi com ela novamente e, fui mais rápido.
"Desculpa?"
Ela abriu um enorme sorriso.
"Tá desculpado."
Desci minha viela pensando "Preciso colocar isso no blogue."
Só que aí eu durmi.


Sexta-feira, 31 de agosto de 2007
(ao som do Revolver dos Beatles (1966) inteiro)

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Orelha caída, pirata de vidro e orelha de pau.

Que isso tem a ver?
Tem a ver que eu estou estreando meu lugar aqui no blogue, sabe com é, né? Ou melhor, é blog, porque eu sou bem mais descolado que todo mundo que vocês todos aí que estão lendo um dia vão ver, viram ou virão porque.. sabe com é, né? Sou eu. A tia Frita.
Nasci dentro de uma carnaúba. Zeus deu uma machadada na cabeça de alho e finish.
Nasci.
E assim foi.
E que assim seja.
Porque.. sabe como é, né? Sou eu. A tia Frita. Eu já fui um dente de alho.
Cara.. ..mba
Eu sou bem descolado. Ou seria descolada?

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Que fazer para que o meu brogue sobreviva. ou O que acontece quando falta extrato de noz de cola no sangue.

Cansei de falar mal de mim.
Aliás, essa história de falar mal já coisa comum.
Nem teria graça se eu falasse mal de você ou dos outros pois falar mal já é algo arraigado em nós.
Mas falar bem também.
Logo, a moda é ser imparcial.
Mentira.
Odeio imparcialidade.
Mas não odeio a Wikipédia.
Deve ser porque a Wikipédia não é imparcial.
Mas a Wikipédia é uma das melhores ferramentas virtuais.
Onde estava?
Eu acho que vou inventar algum personagem e fazer com que ele me ajude neste brogue.
Porque só eu aqui não faço verão.
Vejam bem.. a maioria dos textos aqui não fazem o menor sentido.
Tá.
Alguns podem fazer
Mas eles estão repetitivos e isso é inegável.
Tá.
Pode ser até negável.
Mas eu preciso melhorar isto.
Criando um personagem?
Nossa.. grande diferença fará.
Ah.. quem sabe?
E que diferença fará se alguém saber?
Minha nossa.. saber o que?
Minha nossa?
Minha nossa o quê, Éris?
->:::<-
Talvez eu precise de mais férias.
Talvez eu esteja tendo uma abstinência de refrigerante.
Hey.. me dêem Coca-Cola.
Por favor..



Quarta-feira, 22 de agosto de 2007

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Sobre o Passeio da Dani

Passeios da Dani.
Um melhor do que o outro.
Hoje, fomos ao Centro Cultural Nossa Caixa e vimos uma exposição de fotos mágicas sobre o Haiti.
Nós pudemos ver que o Haiti tem seu lado cultural e belo.
E, também, que o Vodu (religião predominante) nada tem a ver com aquela história com os bonequinhos que nos filmes enlatados estadunidenses -assim como desenhos- são colocados.
Na verdade, aqueles bonecos são uma distorção exagerada de UM pequeno afluente da religião Vodu.
Depois fomos à exposição fixa do Centro Cultural Nossa Caixa.
Fomos aos antigos escritórios onde várias coisas foram preservadas, inclusive uma sala onde Getúlio Vargas trabalhou -e nós pisamos no mesmo piso que ele.. grande coisa?
Depois do monitoramente, a Dani (profª) nos 'liberou' e nós pudermos então vasculhar e 'xeretar' pelas salas.
Juntos, eu, Dani (aluna), Alex e André tentamos abrir várias portas (algumas com sucesso) em busca de tesouros perdidos -puxa, que texto inverossimilhantemente didático.. tem até as palavras xeretar e inverossimilhantemente!!
Mas, realmente.. o passeio foi incrível -embora alguns alunos parecessem mortos.. mas esses estão mortos em todos os passeios.
Ha!! Eu e Letícia levamos cartões-postais.. isso não é incrível?
Não?
Imaginei.


Terça-feira, 21 de agosto de 2007

A Bossa No Paramount II

Sim..
A Bossa No Paramount é minha.
E daí?
Grande diferença fez.
Essa história só ajudou a alimentar minha índole má-acostumada e mimada.
Mas.. vejam bem..
É lindo.
Só a capa tem cheiro de raridade.
E uma novidade: o disco custava R$12,50.
O cara tinha me passado o preço errado.
Felizmente, eu tinha o dinheiro.
E.. apesar de o LP não ser original como fora garantido a mim no sábado, eu me dei por satisfeito.
Bruna comprou um exemplar brasileiro do Help! (The Beatles) por cinco reais -eu teria comprado o Revolver.
A Baratos & Afins é realmente um sonho.
Poucas lojas como a Medusa Records e a Blackbird se comparam a ela.
Mas se tratando de LP's, a Baratos & Afins vence até o sebo do Messias na Sé.
Depois que eu assinei a banda larga, por poucas vezes comprei discos.
Geralmente eu só compro aqueles que eu cobiçava há tempos (Dois Na Bossa, A Bossa No Paramount) ou os que eu batia o olho e tinha ânsia de comprar (Quarteto Para O Fim Dos Tempos de Olivier Messiaen).
Minha nossa (?).. o disco homônimo da banda Bango por cento e poucos reais. Velvet Underground & Nico importado por cem reais. Não Fale Com Paredes do Módulo 1000 (um dos discos mais raros do mundo) por mais de seiscentos reais.
Imaginem vocês que eles não tinham nem o álbum da Silvinha de 1971 nem o álbum dos Mutantes de 1968 (e nem o de 1969).
Eles só tinham o Ao Vivo de 1976, o Mutantes e Seus Cometas No País dos Baurets e o A Divina Comédia Ou Ando Meio Desligado.
E é isso aí.
Um dia, eu ainda vou ter o Bango (1971), o Silvinha (1971), Ednardo e o Pessoal do Ceará (1973), o Gilgamesh (1975), o Onze Dances Pour Combattre La Migraine (Aksak Maboul, 1977), o Double Bummer (BongWater, 1988) e o Mutantes (1968).
Mas por enquanto eu almejo o A Noite (2007) do Projeto B e um disco que só tem na Inglaterra ou nos EUA: o homônimo do The United States Of America de 1968 -só que esse é bem raro e caro.
Por enquanto, é só sonhar.
Ah.. eu posso não ter Odessey & Oracle, mas eu tenho A Bossa No Paramount.
E eu 'tô tão feliz..
Principalmente porque VOCÊ não tem A Bossa No Paramount.
Né?


Segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Comunicado

Como eu não sou um jovem riquinho e playboy da classe média alta, eu comunico que não vou poder ir à lan house com assídua frequência para postar um texto por dia (não que isso dependa da minha camada social.. ou depende?).
E eu sei que [quase?] ninguém lerá todos os meus novos posts.
Mas.. fazer o quê?

Segunda, 20 de agosto de 2007

Discurso sobre a minha impotência e De como as cores de Donovan influenciou Monet

Odeio ficar sem internet.
Eu me sinto tão impotente e dependente..
Pior que isso, eu me sinto altamente alienado.
Pela internet eu faço coisas muito mais interessantes do que quando eu estou sem internet.
Tá. Talvez eu nem faça, mas eu me sinto bem entediado quando não posso usar a rede.
Afinal, eu conheci uma grande parcela de pessoas pela internet.
Pessoas com o mesmo interesse.
Pessoas que não vão chorar no meu enterro, mas pessoas que de alguma forma são como eu.
Tá. Elas nem são.
Mas eu me sinto feliz vivendo iludido.
Nossa. A conversa está ficando um pouco profunda.
O ruim do blogue é isso.
Não existe discussão.
E eu, psicologicamente carregado, transformo esse site no palco dos mais terríveis desabafos possíveis.
Isso é tão perverso..
Ou seja, quando eu estou sem a internet, sou privado de manter contato com as pessoas que de certo modo me distraem. Eu me sinto menos pressionado.
Sem contar nas coisas boas que, realmente, a internet tem a oferecer.
Eu diria que 90% das coisas que eu ouço atualmente, tive contato primeiramente através da internet.
E eu me sinto tão foda..
Eu me acho o máximo.
A internet aumenta a minha auto-estima, me estimula a aprender novas coisas, amplia meus horizontes, me distrai.. é a minha principal modalidade de lazer.
Ou seja, sem internet, eu sou um completo fracassado depressivo.
Tá. Eu já sou um fracassado.
Não tenho quase amigos de carne e osso.
Mas implorar a pessoas que eu nunca verei que comentem no meu blogue parece bem mais fácil do que jogar futebol ou empinar pipa.
Sem contar que ao recusar a jogar futebol e empinar pipa para passar mais tempo no computador pesquisando sobre estilos músicais que eu nunca teria chance de conhecer sem internet, eu posso me metidar com as pessoas que só pensam em jogar futebol e empinar pipa.
E eu sou muito metido.
Tá. Eu sou metido dentro de limites.
Eu sou egoísta mas também sou humilde.
E só um pouco controverso.
Vou parar de desabafar por intermédio deste site.
Tenho medo de que os leitores caiam na depressão.
A questão é: quanto mais tempo eu fico sem internet, mais depressivo, chato e entediado eu fico.
Este texto foi escrito ao som de Vine Street, Palm Desert, All Golden e Donovan's Colours, todas de Van Dyke Parks, indicação de um dos meus amigos invisíveis, Bernardo.
Pois é.. sem internet, fico sem descobrir coisas bizarras que atendam ao meu insaciável ouvido.
Sem contar o tempo que eu fico observando o meu last.fm e imaginando quantas pessoas tem medo de mim -ou que me odeiam por não me compreenderem.
Este texto já está demasiado grande.
Estou quase certo que o sidjaum (mais um amigo invisível) não o lerá.
E o pior.. ele é o único frequentador do meu blogue.
Os outros, eu obrigo a comentarem.



Eu só sei que tudo some em Donovan's Colours.
Eu tenho a impressão de que tudo brilha.
O barulho das castanholas.. Ah.. As castanholas -e eu nem sei se são castanholas..
As castanholas são o ruído da bicicleta que, enferrujada, é tirada à força da garagem com uma violência de uma tempestade que sutil destrói um vilarejo.
O menino sai pedalando imponente como se só um furacão pudesse detê-lo.
Vai em sua vórtice por entre a grama e as árvores numa aventura sem fim -e essa música é uma aventura.
Logo, ele chega a uma descida.
Ele cai.. Se suja na lama mas ele levanta e segue sorridente.
É algo tão erudito e tão.. popular.
É algo que me deixa realmente revitalizado e feliz.
E é tudo tão claro.. alvo e desfocado como uma pintura impressionista.
Acho que era Monet.


Domingo, 19 de agosto de 2007