estava com B. na cozinha muito bêbado de caipirinha cantando "se você quiser alguém pra ser só seu, é só não me esquecer: estarei aqui!", luzes coloridas girando, como sempre. nunca mais vi meu skate.
naquele sábado, eu olhei para aquela grande sala, lembrei da última terça, e fiquei muito triste. vi aquele queijo, as marcações cênicas, a textura do chão que a partir do dia trinta ficaria interditada. no meio de um dos jogos cênicos tive que me retirar para lacrimejar em paz numa cabine do banheiro feminino - o meu predileto.
quando voltei, M_zim, M. e S. estavam ao meu redor. quando foi que aconteceu essa coisa tão linda, de meus grandes amigos estarem ao meu redor em um espaço de formação para a vida como a oficina de teatro do V.?
à tarde fui aO Oficina com B., trombei o F. e sua presa, bebemos vinho, foi honestamente incrível. fiquei bem.
à noite fui pra Augusta. li o esboço da poesia que eu recitaria na terça para desconhecidos, inclusive um viado nervoso de tesão por mim. trombei A_zinho: a sensação de ser desejado por uma pessoa que tu desejas. uma coisa incrível que está reverberando pulsante até o presente instante.
terça de manhã, pensei em tudo que havia acontecido, aquele viadinho escroto ia destruir tudo faltando no dia da nossa apresentação. chorei mais uma vez.
olho para aquela grande sala. meu cabelo estava bastante curto. o viadinho escroto foi.
chegou o momento enfim, o parabéns surpresa para D. ele se emocionou, in a very blonde straight way. e então, enfim, a poesia para aquela terça. tremi. quase chorei. joguei chocolates.
no ensaio para aquela cena, ele roçou sua perna na minha. fé cênica... meu ovo.
no último sábado da oficina do V., já na Oswald, disse, na presença de S., J. e R., mas também M. e S.: eu me despeço da oficina me sentindo meio órfão, mas absolutamente grato pelos momentos incríveis que ela me proporcionou. sim, V. e eu choramos.
agachados depois de muito correr da polícia militar, nos primeiros idos de 2015, ele futuca brevemente meu joelho.
uma promessa de retorno.
ao nada.