domingo, 20 de março de 2011

Quando da terra uma nenhuma ninguém né?
Então-netão, cris, que na na na na na na na.
Porque ju.
Na dúvida, ne ne ne ne.
Que tá.
Né?

sexta-feira, 11 de março de 2011

1032011

A despeito de um tal esforço-ano-passado hoje admito que o grosso das minhas seleções não passou de ser uma tentativa esperançosa (por que não desesperada?) de alimentar uma -supostamente- faminta carência-felicidade. O digo porque sinto demais agora que o peso dos meus relacionamentos (ao menos o grosso deles) é praticamente nulo -quando não negativo. Ao menos o grosso deles sim, já que o meu parâmetro se baseia na pífia quantidade de experiências de fato plenas e dotadas de algum conteúdo, surpreendentes e irreversíveis -e aqui o pressuposto não é apenas o reconhecimento de um diálogo frutífero, mas o de que é nesse tal diálogo que eu realizo o mais potente dos meus prazeres.
Digo isso porque a maior parte dos caras é babaca; são todos muito banais e previsíveis (preocupados em imitar uma mediocridade centrípeta); qualquer coisa minimamente interessante era, na forma de mentira-ilusão, adotada por mim feito evidência, uma desculpa para sentir-fingir. Depois de determinadíssimos acontecimentos pareço-me incapaz de permitir que uma assimetria tal me acompanhe futuramente, e estou decidido a impedir que qualquer resquício daquela (como se apresentou em toda a minha experiência e seja passível de ser considerada como tal: assimétrica) perdure.
Também ando me sentindo renovado em relação a minha própria conduta. Andei discutindo com meus parentes; eles não reconhecem uma tal legitimidade nas minhas atitudes -estas justamente têm-se transformado de fato em projetos explicitamente políticos, em contraposição à latência que tais representavam quando aquelas eram puramente estéticas e diziam respeito a efeitos da minhas realização pessoal.
Mas felizmente -e entendo o papel cristalizado pós-crise dos meus amigos em atenuar verdadeiramente as pressões que vim sofrendo e evidenciar o caráter ameno da minha nova carência- estou relativamente satisfeito em saber que as (tão famigeradas e muitas vezes supostas) recusas externas estão, pelo menos da minha perspectiva, representativamente sujeitas ao crivo de meu véu-de-realização-pessoal, que comportam tanto o conjunto de ações que delimitam se eu sairei de cueca na rua ou usarei calça, se pintarei as unhas do pé ou vestirei uma coisa mais sóbria, como se há ou não motivos para ter um relacionamento com determinada pessoa.
Enfim, além de enfim falar com relativa cristalizada propriedade sobre a minha nova filosofia de relacionamentos e de também me apoiar em novas estratégias comportamentais e nos conflitos que a minha experiência pessoal me proporcionou quando da adoção daquelas, há mais um legado daquele esforço-ano-passado: é o peso da heteronormatividade.
Creio que, em grande parte, os homens aos quais tenho acesso sejam tão iguais especialmente porque se preocupam todos em manter uma independência e controle tais -previsíveis na matriz normativa sexual- que os impedem de experimentar qualquer movimento que transcenda o relacionamento esperado naquela matriz: composto de uma assimetria inerente de poder (ainda que teoricamente seja cambiável e se dê por revezamento). Senão arraigada à prática sexual, latente e pressuposta na conduta intersubjetiva. Esses homens esperam que eu os satisfaça como ativo ou passivo, que eu me apresente como feminilizado ou mascunilizado, às vezes esperam que eu sequer me apresente como parceiro, esperam inclusive que eu cumpra uma série de funções relacionadas a uma estrutura de relacionamento e esperam que eu saiba controlar minhas expectativas conforme tais estruturas.
Termino o texto com uma promessa de que esta minha nova forma de encarar todos os relacionamentos, amizades ou não, inscritas nesse projeto de superação de uma morfina-carência, está aliada também a uma nova maneira de entender a minha auto-realização pessoal. Também ficam relativamente hipotetizados os motivos que me influenciaram a esquematizar projetos de hiperautovalorização, e como esse desejo tem se associado aos problemas corriqueiros do meu cotidiano.

5h39
1032011