Há pouco fui desmentido pelo meu pai. Parece que o domínio do Blogspot concerne ao Google. Mas a urgência e calor do texto, procedente ou não o causo, merece ser publicado.
Fui peg_ desprevinid_. Hoje apenas é que tive acesso à informação de que o blogger seria desativado. Hoje é a deadline de qualquer postagem. Em segundos oito anos de história são arquivados e tirados da rede.
Felicito merdas de potato e o mundo não é chato por terem resistido a esses anos tantos. [Estaria eu esquecendo de qualquer outro?]
Este blogue viu a minha história - de ameba super-dotada - acontecer, desde o primeiro ano do Ensino Médio até o primeiro ano de mestrado [sem contar que eu comecei a bloguear na oitava série. No dia três de novembro de 2006 eu publiquei o debut do finado blogue O Sonho neTrop!k@lista da terra dos Bauretz do Sul dos Confins do Além]. Isto equivale a dizer que a porção mais importante e interessante da minha história está de certa forma aqui. Dá pra ver como eu aprendi a fazer poesia - concreta, leminskinha -, como eu aprendi a escrever, como os estudos acadêmicos influenciaram tanto a escrita como a frequência de textos, como a presença de amores e dissabores impactaram na minha escrita, como minhas convicções políticas se desdobraram - socialismo, situacionismo, anarquismo, niilismo, essa coisa atual que eu sei lá como definir, mas que é esquerda.
[E, sobre a votação, Vocês já tiveram a vontade de quebrar um vaso na sua geladeira (?), restariam ainda 86 dias - sempre procrastinados pela insistência do blogue em permanecer - e, naturalmente, 88% dos votos indicam para Meu refrigerador não funciona, ao passo que Não segue na retaguarda, com 2%.]
[E, sobre a votação, Vocês já tiveram a vontade de quebrar um vaso na sua geladeira (?), restariam ainda 86 dias - sempre procrastinados pela insistência do blogue em permanecer - e, naturalmente, 88% dos votos indicam para Meu refrigerador não funciona, ao passo que Não segue na retaguarda, com 2%.]
Eu não sei bem que causas conduziram a este fim. Acho que muita coisa poderia ser dita. Mas não vou registrar um compêndio por pelo menos dois motivos:
NÃO HÁ TEMPO PARA TAL
e
A HISTÓRIA É [DESEJAVELMENTE] ALINEAR!
As coisas morrem-nascem, afinal, e essa é uma das lições mais preciosas que aprendi este ano-último. Vou me informar sobre backup dos textos. Preciso tê-los todos registrados e talz...
Estou muito triste... Mesmo que não lido, a presença do blogue na rede me alentava, de algo, que eu não sei muito bem o que é. Medo da solidão, esperança de poder ser encontrado, em um lugar onde realizei com eficácia a minha utopia, a Ilha Psicodélica do Nietzsche. Gostaria de evocar este meu mentor, neste momento final. A autoridade de tudo que foi feito até aqui é, ademais, coletiva e, saravá!, que bom que minhas aulas de antropologia puderam chancelar minhas intuições de pré-adolescente. Com vocês, um adeus_das_coisas_que,_sabemos,_nunca_acabam e...
O que é portanto a verdade? Uma multidão móvel de metáforas, metonímias e antropomorfismos; em resumo, uma soma de relações humanas que foram realçadas, transpostas e ornamentadas pela poesia e pela retórica e que, depois de um longo uso, pareceram estáveis, canônicas e obrigatórias aos olhos de um povo: as verdades são ilusões das quais se esqueceu que são, metáforas gastas que perderam a sua força sensível, moeda que perdeu sua efígie e que não é considerada mais como tal, mas apenas como metal.