alguém poderia,
em dispondo de tela e carvão,
que manipulasse os instrumentos
de comunicação
com o paranormal,
ou então os segredos quânticos,
dentro das bétulas, pétulas, cédulas,
recônditas mitocôndrias infinitesimais,
tecidos epiteliais,
o anel dos Nibelungos
no dedo-duro da mão invisível
do mercado,
alguém que entenda o que há de galático
ou de gráfico
dentro de cada palavra,
cada conceito,
e se a mão lavra
penal direito,
pornógrafo, senão geopolítico,
cirurgião de grelo,
erudito, teógrafo, em levítico,
lexicógrafo, cantor maldito,
poeta de esquina, cadete, pê ême, puta fina,
alguém que manje, que
uma explicação qualquer pra querela que for
arranje,
um sábio sabiá que saiba assobiar,
cante, nos conte ou Kant,
Leminski, Warhol, Stein, a veia a fiar,
ALGUÉM,
Kandinski, Carol, Wittgenstein,
de Nazaré, de Belém,
nas asas da Panair,
ALGUÉM
que saiba dizer
como um tal sentimento
cabível ou cabila,
que não se arrefece
pode irromper,
entusiasmo esse
de querer muito ver
acontecer
entre alguém que quase não se conhece
e você...