quarta-feira, 26 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Estudo#1 (fluxo)
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Pretérito Imperfeito ou Cantiga de Ninar#1
domingo, 9 de maio de 2010
Ficção#1
-Mentiu?
-Não, não que eu menti. É que eu faço dezessete depois de amanhã.
-E você fala em amor ainda?
-Amor? E o que você sabe? Você que não sabe o que é amor!
-Olha aqui! Se isto não é amor é o quê?
-Eu falei, não vai rolar nada contigo.
-Por que eu sou velho?
-Por que você não me dá tesão.
-Mas não foi você que me falou em amor?
-Eu só amo pessoas pelas quais eu posso sentir tesão.
-Isso aí não é amor!
-É o quê?
-É... Sei lá! Não é amor! É perversão.
-Ah! Cala a boca e vai pra igreja!
-Ah! Me dá uma chance.
-Pára!
-É sério!
-Boa noite, amigo!
Ando-ando-ando-ando-ando-ando... As horas -dezessete- passam, passam, passam, mas ele não as sente. Só. Depois.
Em um corrimão debruça, vê os carros passando-ando-ando, sonha acordado-dado-dado com o amor-irreversível da porta das manhãs-nada-sãs. Olha um nada de boné, né? e segue dado o flerte, este. Maldito este. Pensa-densamente.
-Quem sabe?
Mas então a cena se repete tête-à-tête.
-Curte o quê?
Chove a garoa arrogante. Por que não resta nada de inútil na cidade?
"As pessoas tão felizes com pipoca e televisão,
e eu? Ai de mim! Você não quer meu coração?"
-Como assim, curte o quê?
-Passivo, ativo, relativo?
-Camarada, acho que você 'tá falando com a pessoa errada.
Boa noite, boa noite, boa noite, boa noite... Cansado de tão boas.
Será que o amor existe na cidade?
A garoa arrogante não cansa de molhar os meus pés.
"Uma garoa cansada, maníaca e incoveniente.
Como eu."
-Amor? Como você tem coragem de chamar isto de amor?
domingo, 2 de maio de 2010
Finalmente, uma resposta digna, alguns (vários) meses depois.
quando eu subo
apartamento as dores
e a porta abre
e eu vejo as tuas cores
a noite passa
e eu me deploro submisso
à tua massa
e eu te exploro e eu te dispo
as tuas mordidas no meu pescoço
me enchem de tesão até o osso
e as tuas mãos seguras
me protegem no teu ombro
da noite obscura
que é linda e um assombro
quando eu acendo e te toco feito bicho
a gente ama, e não importa o luxo ou o lixo
(as tuas mordidas no meu pescoço...
quando deita e me beija o meu moço)
e eu durmo sem pensar qualquer verdade
porque sei que estou vivendo a eternidade
21 9 2009
eu assumo
apartamento as dores vis
'inda subo
até o andar número xis
calo a boca
abro a porta, 'cê me diz
"tira a roupa"
eu fiz isso mas não quis
olho a Lua
da varanda do meu ser
pego a sua
mão sem sequer responder
mais teus beijos
teus gemidos de prazer
(o teu queixo
me roçando pra valer)
meia noite
tic tac eu-blasé
"grande sorte"
e o culpado é você
ah! eu deixo
um suspiro sem querer
cai o eixo
que sustenta o meu viver
24 4 2010