quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Terráqueos ou Mais panos sobre os mastros.

As pessoas sabem.
Meus caros, eu acho que não conheço ninguém, ainda.
Minha ingenuidade não permita que eu acredite em certas coisas.
Há uma semana e meia, mais ou menos, assisti a um filme de nome Terráqueos (Earthlings, em inglês).
Não se trata de um filme de ficção científica ou algo parecido.
Isso aliado ao fato de que eu o considero o filme mais forte que já vi, pode até assustar ao leitor.
Mas é pra assustar mesmo.
Já estou há uma semana e meia, mais ou menos, sem comer carne, por causa deste filme.
Enfim, sem mais nem longas (quem inventou isso?), o filme trata de um assunto pouco difundido e que nos afeta diretamente, mesmo com a nossa indiferença: é o especismo, preconceito contra outras espécies.
Eu sempre acreditei que os animais que normalmente nos servem de alimento, por exemplo, eram bem tratados e que viviam sempre nas mais perfeitas condições, afinal, são criados para o consumo. Mas no filme, através de câmaras escondidas em empresas alimentícias dos países mais ricos do mundo, nota-se que a imagem que eu tinha era totalmente equivocada.
Contudo, a tortura contra animais não é algo específico do setor alimentício. O filme é dividido em cinco partes: pets, alimentação, vestuário, entretenimento e vivisecação; uma pior que a outra. O filme me deixou tão emputecidamente decepcionado que comecei a evitar a carne animal e o uso de couro.
Porém, a minha dieta de nada serviria se eu não ajudasse a divulgar o filme; seria hipocrisia ou egoísmo da minha parte se eu não o fizesse.
Meus amigos, até agora, não achei uma pessoa que se predispusesse a assistir ao vídeo, disponível até gratuitamente na internet (se quiser assistir, clica aqui!).
As desculpas são as mais variadas possíveis.
"Não gosto de ver essas coisas", "eu tenho dó", "eu só como carne; se eu parar de comer carne, vou comer o quê?", "eu não escolho o que eu como, em casa", "meu emocional já está fraco, você quer acabar com a minha auto-estima?", "Eros, você já estudou cadeia alimentar na escola?", "ué, é a lei da sobrevivência", "eu já sei disso tudo; fazer o quê?".
Mas eu não me rendi ainda.
Tanto não me rendi que estou aqui, escrevendo um texto no meu blogue sobre o filme que eu assisti há uma semana e meia, mais ou menos, e que trata do especismo.

Semana de prova no Tales de Mileto; férias, férias, férias, férias, história, jazz e um poquinho assim de sorte...

As aulas acabaram.
Técnicamente, estou de férias.

sábado, 24 de novembro de 2007

A MINHA situação.

A todo instante me pego amaldiçoando a situação atual da qualidade musical.
Mas, que diabos, as músicas que eu ouço são tão indignas quanto as que têm tocado constantemente nas rádios de lotação.
Não sei mais a que ouvir.
Tenho a ligeira impressão de que, a partir do século passado, a música se tornou tão podre quanto o cérebro humano.
Não sei mais se o certo é ouvir as músicas da década de 60s, se o certo é tentar apreciar Univers Zero, Robert Wyatt ou Yoko Ono, se o certo é saber todas as letras dos Inimigos da HP de cor, se o certo é procurar bandas de maior complexidade melódica ou lírica, se o certo é ouvir o que me dá prazer, mesmo desqualificando todo o conhecimento musical adquirido pela humanidade ou se o certo é ouvir música clássica, desqualificando as inovações musicais contemporâneas.
E, embora eu conheça muita coisa, não me julgo lá uma das pessoas mais ecléticas.
Na verdade, eu trocava muita coisa popular por uma barulheira experimental.
Mas, será que eu teria esse direito?
Por favor, leitores, me dêem uma luz.

Angústias e moitas.

Quantas loucas loucas me pararam na rua durante esta louca semana?
Quantas poucas noivas me beijaram na lama da alucinada lua durante esta semana?
E as muitas coisas loucas que ouvi até agora, foram tantas e foram tão poucas
Ou foram exatamente cinco, as muitas coisas loucas que até agora eu ouvi? E as cinco coisas loiras que me beijaram na lama da alucinada rua durante esta loira hora?
Nada do que é possível pode de fato acontecer antes das cinco loiras coisas
Loucamente me beijar e rolar na lama da alucinada lua, nesta rua, durante esta semana,
Não é mesmo?
Mas e as loucas loucas, como ficam?
Só sei das muito poucas coisas loiras que andaram me beijando por aí.
Nada do que é possível pode de fato acontecer antes das cinco loiras coisas
Loucamente me beijar e rolar na lama da alucinada lua, nesta rua, durante esta semana.
Sim, é mesmo.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Mito do "No Meu Tempo..."

No meu tempo?
No meu tempo uma ova!
Não sei sobre os seus pais, mas o ensino na época dos meus foi péssimo.
Depois do Golpe Militar de 1964, o ensino nunca mais foi o mesmo.
Por que iam querer gente inteligente?
Gente burra é muito mais fácil de controlar.
As vítimas do Golpe, a gente burra em questão, logo, são os indivíduos que estudaram no período da ditadura e o que sucede este.
Hoje, para uma pessoa alcançar o valor intelectual preciso para, por exemplo, passar em uma faculdade pública, geralmente, tem de ter a sorte de ter nascido em uma família abastada ou, raramente, no caso daquele que não teve oportunidade alguma de estudar em uma escola particular, estudar por conta própria.
Senhores pais, não adianta virem falar conosco sobre seus inexistentes tempos áureos.
Nós sabemos que, na época de vocês, o ensino já não era bom.
Era pior.
Constava em apostilas da década de 90s que o índio, no processo de colonização brasileira, era inútil para o trabalho por ser preguiçoso.
Década de 90s: Pasmem, senhores!
No meu tempo?
Que mané "meu tempo"!!
Os piores são aqueles que foram educados com esse tipo de informação e, graças a isso, herdaram o maltido preconceito contra o indígena.
Em vez de exaltarem a quase extinta cultura afro-brasileira, ou a indígena, endeusam os estadunidenses, financiadores da ditadura militar no Brasil e principais destruidores da cultura nacional, ou totemizam aos europeus, aqueles que exploraram até o limite nossa terra, ou melhor, a terra que pertencia aos nativos daqui.
Seqüelas militares, falta de interesse da população, descaso pela parte do governo...
Sim, mais fatores.
O ensino no Brasil é desnecessáriamente difícil.
De que adianta ter uma grade de ensino tão bom se os métodos o desqualificam?
Agora, imaginem vocês se o os alunos aqui do Brasil aprendessem o tanto que se dá na escola.
Seria ótimo.

Hino Punk (Vamos ao McDonalds?)

De que adianta ser rebelde se eu vou morrer do mesmo jeito?

Resposta ao Hino Punk (Vamos ao McDonalds?)

Sei lá.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Nossos jovens.

Solução: soluço grande.

Propaganda.

Matem as velhas, mas matem as novas.

Sobre o dever de andar com a sua alergia exposta.

Me socorram, eu sou podre.
Me socorram, não preciso.

Sobre o dever de andar com sua alegria exposta.

Não me socorram, eu não sou podre.
Não me socorram, preciso.

sábado, 17 de novembro de 2007

Lição Dois - Do Feijão.

Antes eu fazia um trabalho perfeito.
Hoje tenho dó dos feijões.

Lição Um - Do Tempo.

O tempo está passando.
Mas ninguém o vê passar.
Ainda assim, todos o conhecem.
Alguns falam "ele está no relógio".
Outros dizem que ele está na história.
Todos erram.
O tempo é o companheiro mais justo do homem
E também o companheiro mais traiçoeiro.
Nós o consideramos uma de nossas
Maiores referências, organizamos toda a
Nossa agenda baseados nele.
E, no entando, o ingrato,
Que nos dá em troca?
Velhice.
E o que há de ruim nisso?
Você pode cair no monte de armadilhas
Que todos caem, mas não se iluda com
Maturidade, sucesso ou estabilidade.
Essas coisas quem decide não é o tempo:
Somos nós.
Usar esses fatores como argumento
Para querer envelhecer mais rápidamente,
É covardia do tempo.
Aliás, covardia do tempo é não passar mais depressa.
Na hora em que nos encontramos angustiados,
Apressados,
Atrasados,
O tempo nos arrasta, como se estivéssemos
Sendo punidos.
Ah, mas se o tempo andasse
Mais depressa que o movimento de translação
Da Terra..

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ode aos europeus (que jaziam na imaginação fértil da pessoa que escreveu minha apostila da quinta série).

Benditos sejam os europeus.
Um povo justo, honesto e humilde.
Europeus são o que há de mais belo em espírito (à venda).
Quantos livros, quantas estantes, quantas lágrimas...
Só não sei se são de Portugal ou se são de crocodilo.
Um povo orgulhoso de seus maravilhosos feitos.
Um povo tolerante, interpretou a bíblia na sua mais pura essência.
Um povo respeitoso, pacífico e, Ah!
Mas que vontade tenho eu de ser europeu...
Não, não quero brincar com crianças do Quênia.
Não, não quero brincar com crianças da Angola.
Não, não quero brincar com crianças do Iraque.
Não, não quero brincar com crianças da Coréia do Norte.
Não, não quero brincar com crianças de Cuba.
Não, não quero brincar com crianças da Rússia.
Não, não quero brincar com crianças do México.
Não, não quero brincar com crianças do Brasil.
Não, não quero brincar com crianças da Malásia.
Não, não quero brincar com crianças do Vietnã.
Não, não quero brincar...

Palavras indecisas sobre o episódio do último fim de semana (10,11/11/2007) - Parte Dois

Não passei em nenhuma prova maluca.
Mas chamei o cara de filho da puta.
Ninguém colou de mim ao meu lado.
Mas estou emputecidamente escaralhado.

Palavras indecisas sobre o episódio do último fim de semana (10,11/11/2007) - Parte Um

Não passei na bendita (maldita?) prova da ETEC.
E não foi por incopetência.
Não foi por causa de classe social.
Não foi por causa de conspiração.
Foi por distração.
Mas, uma coisa é certa:
Aliviado estou.
Só estou um pouco esvaziado e indeciso.
Mas...
Eu ia estar mais satisfeito e feliz se tivesse feito a prova da ETEC.
E talvez mais aliviado.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Sobre o último fim de semana (10,11/11/2007) - Parte Três: Prova Frustrada e Distração (Domingo)

Mas que diabos.
Estudei durante umas duas semanas.
Me preparei psicológicamente durante uns dois dias.
Pra quê?
Para prestar a prova da ETEC.
Eu almejava ingressar em um curso técnico de técnico em museu na ETE Parque da Juventude, em Santana.
Uma vaga perfeita.
Uma baba de prova.
Demanda de 4,3 alunos por vaga.
O único curso que eu julgara interessante e totalmente acessível para mim.
Estudei durante umas duas semanas.
Me preparei psicológicamente durante uns dois dias.
Pra quê?
Para prestar a prova da ETEC.
Não vou dizer que foi em vão.
Mas o meu objetivo não foi cumprido.
Afinal, eu esqueci o meu maldito RG original.
Por causa disso, não fiz a prova da ETEC.
Afinal, eu podia estar fraudando o sistema público de ensino.
E, como o sistema público de ensino é uma entidade sagrada inviolável, flexível e extremamente competente, uma fraude implicaria em um escândalo.
Onde já se viu em um país como o Brasil, burlarem as leis!?
Mas não os culpo.
Foi distração minha.
E essa distraçãozinha me atrasará uns seis meses.
Aliás, minha cabeça anda nas nuvens.
Tenho esquecido muito as coisas.
Já tomei chuva, perdi um disquete com documentos meus (como este) e um cartão telefônico, tudo por causa da minha distração.
O meu guarda-chuva voltou, mas foi porque eu o esqueci na escola.
Já os outros itens, não foram devolvidos: pararam onde param todas as coisas que são esquecidas, em orelhões ou lan houses, somem (no bolso do além).
Da próxima vez, os trinta e poucos reais que eu gastei tentando cursar técnico em museu, valerão a pena, eu acredito.

Sobre o último fim de semana (10,11/11/2007) - Parte Dois: Gincana Cultural no Tales de Mileto (Sábado)

No mesmo dia da exposição, teve uma gincana na minha escola.
Minha classe (primeiro ano do ensino médio) ficou em segundo lugar, perdendo por apenas dois pontos para o terceiro ano do ensino médio.
Minha vitrola azul foi considerada a mais antiga.
Meu disco de 1954 não foi o mais antigo.
A peça, um lixo de peça, foi considerada a mais original.
Minha sala foi a que conseguiu responder melhor às questões propostas pelos professores na gincana (mais uma vez, o elenco das perguntas e respostas era Pedro, Dani e eu).
A nossa sósia, Ingrid, que estava vestida de Marilyn Monroe, foi a melhor mas, já que a platéia do ridículo Falcão do terceiro ano do ensino médio foi mais barulhenta, nós perdemos.
Enfim, essa gincana foi melhor do que a Feira Cultural do ano passado.

Sobre o último fim de semana (10,11/11/2007) - Parte Um: Yoko Ono e Hipocrisia Beatlemaníaca (Sábado)

Alguns correm atrás do ônibus, outros atrás das Casas Bahia.
Eu corri atrás da Yoko Ono.
No último sábado, foi aberta no Centro Cultural Banco do Brasil, uma exposição com algumas das melhores obras dessa que pode ser considerada uma das mais injustiçadas artistas plásticas contemporânea.
Talvez vocês não saibam, mas a função de Yoko Ono não era, simplesmente, aumentar a popularidade de John Lennon, nem de acabar com os Beatles. Aliás, talvez seja importante citar que John quis conhecer melhor Yoko depois de sair de uma exposição fascinado com uma obra dela. Trata-se de uma obra que, por acado, está na exposição-retrospectiva no CCBB e consiste em uma escada, uma lupa e um quadro branco e médio no alto com os mínimos dizeres YES.
Mas sábado foi um dia especial. A Yoko estava lá. Pude vê-la, embora por pouco tempo, tamanha multidão envoltava-a. Sem dizer uma palavra e, mesmo assim, irradiando simpatia, fazia o símbolo da paz (aquele V ) enquanto era fotografada.
Pena que eu estava atrás e acima dela.
E, embora eu não tenha conseguido foto alguma e minha tia e minha mãe, presentes na exposição comigo, tenham criticado o trabalho dela (santa incompreensão), julgo que a exposição, pelo menos para mim, valera a pena.
Mas se houve algo que me deu raiva naquela abertura de exposição, foi a quantidade de jovens com suas roupas de Beatles ali presente. Muita hipocrisia é a deles. A maioria dos atuais beatlemaníacos atribuem o fim dos Beatles à Yoko Ono e, quando esta vem pro Brasil, são eles quem preenchem o espaço cultural do Banco do Brasil, com o único intuito de furtar da Yoko um maldito autógrafo.
E depois riem da exposição.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

A Última Coca-Cola.

Muita gente triste.
Famílias de luto.
Empresas falindo.
Redes de fast-food em pânico.
Laboratórios a mil.
Uma tristeza calada.
Que se há de fazer?
Depois de aberta a que seria a última garrafa da família, todos se servem.
Pela primeira vez, um espera o outro.
E com os minutos passando, aquilo torna-se mais do que uma janta comum.
Os componentes da família aprendem, finalmente, a apreciar a bebida.
E se dão conta do quão viciados eram.
Todos estão chorando.
Choram mais.
O último gole é o mais silencioso.
Uma garota soluça.
O que há além disso, é um silêncio solidário e altamente compreensivo.
E depois, há o consenso de que poderiam todos morrer a partir daquele momento, tamanho o grau de reflexão e experiência que aquela família adquirira durante a última Coca-Cola.
Mas, o sonho ainda não tinha acabado.
O garoto foi até a primeiro bar que encontrou e pediu um Dolly Guaraná.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Sobre a copa do mundo que será no Brasil.

A próxima copa do mundo será no Brasil.
Não sei quantos milhões (falam-se em bilhões) serão investidos.
Mas que diabos.
Será possível que só quando há um evento internacional de extrema importância como os jogos pan-americanos ou uma copa do mundo, é que se investe em infra-estrutura?
É previsto que diversas capitais do país como Belo Horizonte e São Paulo sofram reformas.
Mas, fora do evento, é improvável que tais capitais recebessem tanto amor e carinho.
O máximo que vem acontecendo aqui em São Paulo, são programas de higienização e embelezamento da cidade, consistentes em chutar moradores de rua e gastar milhões em chafarizes.
Mas o governo não é hipócrita.
Estamos em um país sério, governado por gente muito séria e honesta.
O governo sabe o que faz, com certeza.
Sabe muito bem o que faz com o nosso dinheiro.
Então.. pra quê se preocupar?
Vamos lá ao boteco comer um churrasquinho, beber cerveja, ouvir pagode e ser feliz.
E, principalmente, ter o desejo de comer a Juliana Paes.

Sexta-feira, 2 de novembro de 2007. Ao som de The Mamas And The Papas e Bongwater.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Intermezzo quase crítico.

Mas, que diabos.
As bandas de rock atuais são muito pobres.
Pouquíssimas bandas no cenário atual merecem meu respeito.
Não digo que no mundo inteiro a situação esteja decadente como acontece no Brasil.
A França, por exemplo, sempre foi fraca no estilo.
Mas, os vocalistas atuais, nem se dão ao trabalho de estudar canto.
Isso é perceptível na maioria das bandas de selos alternativos.
Sem falar nas bandas totalmente comerciais.
Desisto.
Se eu tivesse leitores, eles já estariam saturados de discutir sobre isso.
Jogo a toalha.
Mentira.

A questão é: vais ficar aí moscando ou mexerás suas respectivas nádegas? ou Poesia para adormecer boiada.

Está tudo tão errado,
E é tão quase certo
Que tudo acabará entre uma lua e outra..
Então suponho que já tenhas decidido;
Qual é o final que você escolheu?
Ficar aí sentado
Ou participar do show?