segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Luto.

Perplexo.
Eu estou perplexo -e de luto.
Não pelo Pavarotti e não mais pelo Pedro de Lara e pelo Pioko (gato da letícia).
O "seu" Antônio morreu.
Grande coisa?
Talvez não, se fosse só isso.
Hoje, quando cheguei da minha escola da FISK, passei como de costume e obrigação (caminho de casa) pelo bar do "seu" Antônio, que é vizinho da nossa casa.
Havia uma mulher na porta conversando com outra na frente do bar que estava fechado.
Elas falavam de um enterro.
Cheguei em casa e peguntei à minha mãe se "seu" Antônio havia morrido.
Ela se assustou e disse-me que não sabia de nada.
Que pena.
Trinta minutos depois fui à fachada do bar e descobri um papel colado com os dizeres "FECHADO POR LUTO".
-Mãe. O "seu" Antônio morreu.
-'Magina filho. Que coisa. Cismou com isso, não?
Estávamos na porta de casa.
-Tem uma placa na fachada escrito "FECHADO POR LUTO".
-Será que ele morreu?
-Não sei..
-Ô menino!! Ô menino!!
Cauê se aproximou.
-Você que sabe tudo da rua.. quem morreu aí?
-Não 'tô sabendo de nada, dona..
Cumprimentos e explicações à parte, Cauê prometeu-nos dizer quem havia morrido caso ele descobrisse.
Ele foi fiel à promessa.
Depois de quinze minutos eu abri a porta para vir para cá e ele me avistou.
-Foi o "seu" Antônio.
-Como?
-O "seu" Antônio que morreu.
Minha mãe ouviu de dentro de casa e veio correndo.
-Ele se enforcou ontem às onze horas. -disse o moleque na maior naturalidade.
-Oh meu Deus. -minha mãe.
-O Éverton [neto do "seu" Antônio] ligou ontem pra cá e como ninguém atendia resolveu vir aqui [ninguém neste disse nada do que está aqui exatamente com as mesmas palavras] e teve que arrombar à porta.
Minha mãe ficou perplexa na porta de casa e eu vim aqui escrever esse texto.
Meus caros, o "seu" Antônio, senhor um tanto quanto antigo, se enforcou ontem, um ano após a morte de sua mulher.
Uma linha de Luto.
Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto. Luto.
Bom, parece que só eu e minha mãe é que ficamos perplexos.
Ou melhor.. meu pai pareceu ter ficado perplexo também.

nelsonMidis diz:
não é possível que um homem bem sucedido, capitalista selvagem, insensível, tenha tomado uam atitude tão neo-liberalista-psicodelista-democrata-conservadorista-tropicalista-nietsceana-pitagórica-helênica_absolutista_idiotista!!!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

The Kitchen.

Ah.. a The Kitchen.
Serião, o ano passado foi um ano de grandes afirmações.
Não.
Eu não sou gay.
A questão é, a The Kitchen foi uma das minhas melhores amigas durante bastante tempo.
Existe um software de compartilhamento de arquivos (programa para se baixar música, vulgarmente falando) atualmente na internet que tem salas de bate-papo acopladas.
Bem, eu ingressei nessa sala mais ou menos no final de julho do ano passado quase que contra a vontade de todos.
Vou tentar explicar-lhes.
No programa em questão, havia uma sala principal com brasileiros.
A sala, por coincidência, chamava-se Brasil.
À primeira vista, era uma sala sedutora mas, haviam muitos indivíduos que não tinham maturidade suficiente para conversar de forma decente.
Logo, os users gugz e lag criaram a The Kitchen para as pessoas com mais capacidade mental -estou chutando, não sei se os motivos foram tão nobres assim.
Quando eu entrei na sala achei todo mundo muito legal mas não fui bem recebido, mas depois, com o tempo, eles foram se habituando com minha presença.
Hoje eu posso dizer que sou um cozinheiro.
E daí?
Bem, e daí que os cozinheiros por serem muito gente fina acabaram me cativando de tal forma a me deixar alienado.
Me divertia por horas na The Kitchen falando besteiras e coisas sem nexo.
Qual a diferença da Brasil?
Os cozinheiros eram/são os melhores.
Porém, no meio do segundo semestre do ano passado, a The Kitchen sofreu um desfalque mas, felizmente ele foi suprido nos meses de janeiro e fevereiro deste ano com dois encontros REAIS entre os cozinheiros.
Foram uma maravilha, os encontros.
Os cozinheiros descobriram que todos eram legais pessoalmente também.
O primeiro encontro, do dia 25 de janeiro deste ano, foi ótimo mas me soou quase que como um aperitivo para o encontro que aconteceria no mês procedente.
O encontro de 24 de fevereiro deste ano contou com aproximadamente dez cozinheiros e foi super legal/divertido.
Porém, o que os membros da The Kitchen não esperavam, é que mais uma crise viria abalar a estabilidade da sala.
Muitos cozinheiros deixaram a sala, a The Kitchen estava ficando mais vulnerável a invasores, muitas brigas internas (muitas mesmo), a criação da sala amigos do guimy que resultou em mais perdas além de vários outros fatores que contribuíram para a decadência da sala.
No mês de julho, houveram várias propostas para reencontros mas nenhuma foi adiante diante o desinteresse de vários cozinheiros.
Finalmente, dia 4 de agosto deste ano, houve um terceiro encontro.
Ele teria sido altamente sucedido se não tivesse contado apenas com quatro pessoas.
E, o melhor -ou pior-, é que foram dois casais, os presentes.
O encontro acabou se tornando mais uma tarde comum entre dois pares de namorados do que propriamente um encontro entre colegas de uma sala virtual.
Enfim, hoje houve mais uma tentativa de se fazer um encontro de cozinheiros, se bem que a conotação do "encontro" foi bem mais anti-kitcheniana do que a da calorosa união que aconteceu em fevereiro (mês de aniversário, por sinal, da The Kitchen).
Triste?
Ninguém acha.
Faz mais ou menos um ano que um ex-user da The Kitchen disse-me que a sala acabaria em mais ou menos seis meses.
Depois dos encontros do início deste ano, eu passei a desacreditar o antigo user mas, pelo visto, ele só errou na data.
A minha sincera esperança é de que nessas férias de verão, os cozinheiros voltem para o seu devido lugar e também que, eles todos acabem com essas malditas desavenças (VOCÊS SABEM DO QUE EU ESTOU FALANDO, VADIOS!!) que tem tornado os encontros tão vazios e desinteressantes.
Quanto mais cozinheiros, melhor.
Aprendam a se suportar, malditos.
Minha namorada acha que eu levo isto aqui a sério demais.
Eu também diria isso se não a tivesse conhecido por intermédio da The Kitchen também, assim como as pessoas que saíram comigo hoje.
Um abraço para quem leu e para quem não leu também.

Da Minha Podridão.

Estou podre.
Serião.
Tipo.. devido à ausência de uma alimentação de qualidade, já estou apresentando problemas dentários e dermatológicos (é assim que se fala?) além do meu peso que deve aumentar a cada dia.
Me ajudem!!
Freud explica.. eu acho.
Existe um bagulhete em psicanálise chamado linha de morte (o outro parece se chamar linha de vida).
Quando a pessoa está em linha de morte, quanto mais ela se depara com coisas que vão destruí-la aos poucos, ela vai usufruindo de tais.
Isso explica o porquê dos fumantes, ao invés de pararem de fumar quando vêem aquelas propagandas horríveis no verso da caixa do cigarro, querem se drogar ainda mais.
Perverso, não?
Vejam só minha pele!!
Parece que vou explodir.

Pequena dúvida II.

Pinto ou não pinto meu cabelo de azul-marinho?
Posso fazer reflexo ou luzes.
Ah.. sei lá.
Não entendo dessas coisas.

Quarta-feira, 19 de setembro de 2007.

Pequena dúvida.

Eu não entendo os meus vizinhos.
Já estava mais do que na hora de eles me bombardearem ou pelo menos se queixar.
Vejam só, eu passo o dia inteiro e, às vezes a noite, ouvindo coisas de extremo mal gosto e bem agressivas tais como Bongwater, Ground Zero e As Melindrosas.
Às vezes quando eu passeio pelas ruas que cercam minha casa, senhoras parecem me evitar e os garotos sentem um desejo estranho de rir da minha cara.
E não é de admirar.
Não que eu me porte como um ET, mas já descobri que no volume em que ouço as coisas aqui, dá pra ouvir As Melindrosas até da China.
Mentira.
Claro que isso foi um exagero.
Hipérbole, acho.
Uma vez mostrei uma faixa do disco homônimo da banda The United States Of America para alguns da minha escola e eles compararam com música de igreja.
De fato, a música começava com uma espécie passagem sacra, quase que gregoriana, cantada em latim.
Isso fez com que eu ficasse com fama, não de cristão, mas sim de.. estranho?
É.. pode ser.
Mentira.
Mentira nada.
E.. se eu fosse algum de vocês, eu escutaria I've Got Something On My Mind da banda The Left Banke e compararia com a música-tema do (filme) Rei Leão -vocês me perdoem a ignorância, mas eu não faço a mínima idéia qual é o nome de tal música.
Não.. não é aquela do Elton John.
Ah.. adivinhem o que eu ganhei!!
-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-
Nem a pau que vocês vão adivinhar.
Um AllStar usado.
Legal, não?
Não?
Já devia ter imaginado.
Bem, agora eu sou um garoto alternativo.
Isso não é cool?
Não?
Cansei.
Cansei de vocês.
Cansei de ser sexy.
Mentira.


Quarta-feira, 19 de setembro de 2007.
Ao som de The Left Banke - I've Got Something On My Mind, Ivy Ivy (da mesma banda) e Stormy Six - L'Apprendista.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Da Situação Musical Atual ou Desabafo Inevitável Sobre A Questão Musical Brasileira ou Discurso Gigante Sobre Algo Chato

Gente..
Sabe o que é mais incrível do que falarem que tu tem mal gosto?
É ouvir isso de uma pessoa de péssimo gosto.
Sério mesmo.. várias pessoas com gosto péssimo, ao se depararem com algo que eu ouço e que não é de conhecimento de tais, já criticaram o meu gosto musical.
O pior é quando sabes que o que ouves é centenas de vezes melhor do que as pessoas que criticam o teu gosto musical costumam ouvir.
Será que estou me expressando da melhor maneira?
Tem várias pessoas que visitam o meu blogue e nenhuma tem um gosto musical tão deprimente como o das pessoas que já riram do que eu ouço.
Uma vez fui vaiado no Gal. Othello Franco (minha ex-escola) quando disse que Garota de Ipanema, canção de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Morais (duvido que alguém não soubesse, mas..), era melhor que uma canção qualquer da Avril Lavigne que eles discutiam.
Posso ter acertado naquela mas, hoje em dia que eu sou uma pessoa mais crítica, diria que Garota de Ipanema nem merecia seu lugar no pódium de uma das mais executadas do mundo.
Tá. A Helô Pinheiro deve ter mais QI do que quem passa horas ouvindo Avril Lavigne.
Mentira.
Eu posso estar sendo preconceituoso mas existem coisas que devem ser discutidas inveitavelmente.
Tem gente que só conhece Avril Lavigne e que não tem o menor senso musical ou crítico devido a uma educação deficiente e que acha (e continuará achando) que Avril Lavigne é a coisa melhor do mundo, a salvação de seus problemas.
Mas não é só a educação que falha nesse contexto.
Há muito tempo que gravações da qualidade que nós merecemos pararam de frequentar as nossas rádios e televisões (em [quase] todos os gêneros).
As músicas hoje em dia (como se isso não fosse comum desde a década de 60s) não duram na rádio por mais de um mês geralmente, sendo que a qualidade destas (vocês estão entendendo, né? claro que eu não estou generalizando) tem diminuído gradualmente para atender a um público que cada vez mais busca (ou faz-se buscar) por músicas fáceis de serem compreendidas tanto no sentido musical quanto no sentido lírico.
Está aí o porquê do fracasso (no sentido comercial) de estilos esquecidos como a música conceitual, instrumental, erudito-clássica, experimental e world fusion e também de movimentos e cenas como o Rock In Opposition, o tropicalismo ou as bandas consideradas vanguarda¹.
Alguns estilos como o rap e o funk foram mais astutos e tiraram um dos elementos sonoros que mais demoraram a ser dominados que é a melodia.
E o pior é que essa onda de música ruim (sem generalizar) estendeu-se às chamadas tribos (nome ridículo) urbanas.
Cada tribo tem seu estilo musical representante mas todas carregam uma terrível característica em: a ausência de qualidade.
Mais uma vez: não estou generalizando.
Acho que todos (os que não tem preguiça de ler) aqui devem compartilham a minha angústia.
Se eu mostrasse este texto a um ex-amigo meu do Gal. Othello Franco, ele provavelmente desistiria no segundo parágrafo.
Mas.. sabem o que é engraçado?
Existem milhares de tribos (nome ridículo) urbanas e subculturas com estilos musicais e de vida mas, vejam que gozado, todas consomem as mesmas coisas.
É claro: as tribos de elite consomem as mesmas coisas enquanto as outras classes consomem as coisas comuns dentro de suas próprias liberdades, mas isso não significa nada: a música virou um produtinho de fast-food engana-estômago qualquer.
Espero estar sendo compreensivo.
Eu tinha que desabafar.. aliás, esse é o nó da garganta de muita gente que conheço.
O jeito é torcer para que a situação musical, não só no Brasil, mas na cena mundial, melhore nem que os músicos eruditos tenham de dar um golpe interestatal e monopolizar a música.
Sei lá.. às vezes eu fico pensando (vegetando?) se não seria melhor militares de bom gosto no poder do que os políticos corruptos de mal gosto musical que presidem o nosso Estado.
Estou brincando.
Talvez os músicos voltassem a ser mais criativos como os da década de 70s.
Mentira.
Essa história da boa música brasileira ter sido estimulada pelo Golpe Militar pelo próprio é mito.
Talvez não, mas existem motivos para que eu pense nisso.
E, mesmo que houvesse um novo golpe e a área criativa e musical fosse estimulada, ela estaria sujeita/destinada somente à elite.
Quase ninguém sabe, mas todos aqueles que são considerados os mestres da MPB e que foram de importante figuração na cena musical brasileira durante a década de 70s² não tinham um público tão vasto como se pensa.
A elite sempre foi o público alvo da (suposta) Música Popular Brasileira enquanto os que vendiam mesmo e ficavam no topo das paradas tais como Paulo Sérgio, Odair José, Fernando Mendes e outros, foram esquecidos por não se enquadarem em uma das duas vertentes da MPB: a tradição e o universalismo; segundo Paulo César Araújo, autor de "Eu Não Sou Cachorro Não".
Pode até ser que todos esses músicos possam não ter produzido obras-primas mas foram importantes no âmbito social e até na luta contra a ditadura, por tão incrível que isso possa parecer durante a década de 70s.
Mas, vejam bem.. não estou generalizando.
Com a vulgarização atual da música, o estilo que eles produziram na década de 70s acabou se tornando mais desfalcada em qualidade, vulgarizando o estilo como se ele tivesse sempre tido a intenção de ser comercializado.
Mas, poxa, até os Beatles produziram obras de fácil assimilação e altamente comerciais.
Mas a minha intenção agora não é polemizar -pelo menos em relação a isso.
É quase comum que as elites é que optem pelo que será registrado pela história para a posteridade e isso, naturalmente, se repete na questão musical.
Segundo Nietzsche, quem determina até o nome das coisas, são as classes dominantes.
Isso não é legal?
Não?
Droga.
Esse desabafo está tornando-se um épico, já.
Duvido que algum leitor chegue até aqui.
Mesmo porque estou falando sobre um tema sério e não sobre um amigo de setenta e poucos anos que foi comigo a um vernisage comer gratuitamente.
Eu não sei se levo a questão musical muito a sério.
Me corrijam se eu estiver errado.

Quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Ao som da primeira à nona faixas do álbum Live At Montreaux Jazz Festival com Elis Regina gravado em 1979.

____________________________________________________________
1-Termos como música
clássica, erudita e vanguarda são muito vagos. Não que Música Popular Brasileira também não o seja.
2-Quando cito a década de
70s, geralmente me refiro (pelo menos neste texto) ou ao período de duração do Governo Militar no Brasil (excluindo os últimos anos do governo quando a música de protesto foi adotada por bandas de rock na década de 80s) ou então ao período de 1968 à 1978, auge da música predominantemente ouvida pelas classes excluídas.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Nada de título dadaísta hoje.

Hoje eu não vou indicar banda alguma nem falar de como eu sou feliz ou infeliz ou então contar sobre alguma coisa engraçada que aconteceu comigo.
Nada de passeios tediosos nem resenhas de sites, bandas e nenhuma poesia.
Nenhum comunicado ou intermezzo.
Nenhuma crítica.
Nada de AllStar "mamãe-sou-indie".
Nada de indies.
Hoje eu vou falar sobre nada.
Mentira.
É isso que acontece quando eu quero postar algo e me falta a criatividade: minto sobre não falar nada.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Batalha Final

No dia marcado,
As tropas militares
De São Máximo do Oeste
E São Mínimo do Leste,
Se enfrentaram como dois leões
Que lutam por uma fêmea
Ou por um determinado espaço.
Um dia depois,
Tanto São Máximo do Oeste
Quanto São Mínimo do Leste,
Seriam retiradas do mapa.
Mentira.

Palestra Anti-Suicida Aos Carolas De São Mínimo Do Leste

Está mais do que certo
Que está tudo bem certo.
Mas o que é errado?
Eu não faço idéia.
Nesta comunidade
Tudo convive em harmonia.
E não acho que
"Errado" deva existir nem
No nosso vocabulário.
Porém, contudo,
Tudo o que todos de lá
Tentam é fazer mau
A si mesmos, cometendo
Um crime bárbaro e anormal.
Também, se não bastasse,
A certa incerteza daquele
Povo indeciso, ocasiona
Problemas de segurança..
Vejam só aquelas crianças:
Elas são capazes de matar aos próprios pais.

Não podemos deixar
Que esses loucos se matem!
Levante a mão, quem quiser impedir a morte de várias pessoas.
Só precisaremos de uma hora de baderna para ganhar a humanidade.
Mentira.

Palestra Suicida Aos Carolas De São Máximo Do Oeste

Está mais do que certo
Que está tudo errado.
Mas o que é incerto?
Eu não faço idéia.
Comigo, eu creio,
Vai tudo bem
E não acho que
"Ir bem" seja
Tarefa mui árdua.
Porém, contudo,
Tudo o que todos
Tentam é ficar bem,
Como se isso fosse
Tarefa do além.
Também, se não bastasse
A certa incerteza
Enfrentamos um terrível
Problema de segurança..
Vejam só nossas crianças:
Elas são capazes de matar aos próprios pais.

Sugiro uma apoplexia voluntária.
Injeções, cérebro, concentração..
Levante a mão, quem quiser zarpar comigo nesta empreitada.
Precisamos de um segundo de silêncio para ganhar a humanidade.
Mentira.

domingo, 9 de setembro de 2007

Escalation, galeria do rock e Bernardo e o bando do cão sem dono.

É isso aí.
Fui ontem à galeria do rock com Bruna novamente.
Eu queria tanto achar um álbum..
Escalation de Ennio Morricone, álbum de 1968.
Esse álbum na verdade é um soundtrack do filme Escalation.
E daí?
Nhá..
Bruna comprou um disco do Bob Dylan (Desire).
Saímos da galeria do rock e fomos em direção à Sé.
Passamos em sebo cujo nome eu ignorei.
Nele comprei o livro Morro Dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights) de Emily Brontë e um CD de um músico de Folk-Rock canadense de nome Bruce Cockburn -tal CD não me agradou muito.
Bruna comprou uma coletânea em LP que tinha a mulherzinha-da-pop-art de Roy Lishtiearpakedodinpedople na capa.
Seguimos pelas ruas do centro.
O nosso intuito era chegar ao sebo Messias.
Chegamos.
Lá, depois da decepção de não encontrar o Escalation, comprei um disco da Sagração da Primavera de Igor Stravinsky (cujo CD eu já tinha), um EP das Melindrosas (Disco Baby Vol.2), um CD de um grupo chamado Bernardo e o Bando do Cão sem Dono (Quero Seu Endereço) e também um CD de um grupo de nome Batuque Pop.
Me arrependi de quase tudo que comprei.
Preferia ter guardado o dinheiro.
E.. Escalation..
Você é meu.
Aguarde e espere.
Veja e virá.
Como diria o tio Rôni Vão, "quem viver verá!!".
E que assim seja.


Domingo, 9 de setembro de 2007

7 de Setembro de 2007, soldados, cavalos, cachorros e uma peça de teatro.

Sobre a cabeça os aviões, sobre meus pés os caminhões.
Ontem fui ao tradicional desfile militar de 7 de Setembro.
Fui com minha tia e uma blusa vermelha com o símbolo da causa operária.
Entrei na passarela e fui metralhado enquanto a multidão gritava barbaridades como "OLHA O COMUNISTA!! MATA, MATA, MATA!!".
Mentira.
Só é verdade a parte em que eu falo que saí com minha tia.
Foi divertido.
Ficamos duas horas embaixo do sol..
Embaixo do Sol?
Eita.. mas que diabos.
Foi divertido.
Ficamos duas horas sob o céu.
Sobre a cabeça os aviões, sobre meus pés os caminhões.
De novo?
Sim.
Vários fanfarrões escolares e fanfarrinhas militares desfilaram assim como os veteranos da Segunda Guerra Mundial -daqui a alguns anos, eles serão empalhados para podeem desfilar até o fim da eternidade.
Carros da polícia de todos os tipos e gêneros (e que eu nunca vi trabalhando), batalhões de militares lindos (e maltratados), tropas, bandeiras e cachorros lindos (e maltratados) passavam pelos olhos de milhares de pessoas que, como eu e minha tia, derretiam no sambódromo.
De vez em quando, helicópteros sobrevoavam sobre nós.
Legal, né?
Não?
Saco.
Por último, cavalos lindos (e maltratados) desfilaram.
Sobre eles, soldados lindos (e maltratados) faziam macaquices como ficar de pé e pular e voltar.
Depois de me entupir de comer, tomar um remédio para dor de cabeça cujo nome eu esqueci e vegetar durante toda a tarde, fui com minha tia, minha mãe e minha avó assistir a um peça de teatro.
Dupla do Barulho que estreou no teatro Eva Wilma no dia da Independência é bem legal.
Apesar do nome infantil, a peça é uma comédia adulta.
O elenco é composto por dois senhores e uma mulher na meia idade.
Ah.. eu não vou contar a peça aqui, assim desse jeito.
Depois que a minha enquete do ladinho direito aí atingir os cinqüenta votos, talvez eu conte o enredo da peça.
Acho que não tem mais nada aqui para ser dito.
Pelo menos nada de interessante.
Depois do teatro passamos (eu e minha mãe) em uma padaria 24 horas daqui e compramos quitutes para dobrar o peso de qualquer um.
Ah.. assisti ao último capítulo da temporada de Carga Pesada.
Viu?
Disse que não era nada de interessante.

Sábado, 8 de setembro de 2007

Intermezzo.

Nunca me perguntem o que é um vernisage.
Capaz de dar uma cabeçada em vocês.
E olha que a minha cabeçada é melhor que a do Zidane.
Quem quiser o telefone da pessoa que organizou o evento, aí está:
Neusa Formigoni
(11) 6941-6716.

O cartão é engraçado.
Tem uma formiguinha.
Quem quiser passar um trote a ela, diga que quem indicou foi Sílvio Romero.
Obrigado pela atenção.

Quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O dia em que eu saí com um amigo de setenta e poucos anos para passar a noite em um retiro para velhinhos e comer gratuitamente.

Bem.. ontem fui a um vernisage.
Grande coisa?
Não.
Eu fui com o meu amigo Oscar de setenta e poucos anos.
Lá cumprimentei pessoas que eu nunca vi e que até o ano que vem -espero- baterão as botas.
Também comi muito bem de graça.
Os petiscos eram bem fortes e gostosos.
Tinha um de queijo com menta e um pedacinho de cereja em cima.
E tinha um com um patê de um queijo bem forte lá cujo nome eu ignorei.
Não.. não era gorgonzola.
Ah.. foi bem excitante ficar em um lugar apertado de pé durante duas horas disputando espaço com quadros, garçonetes e ilmos senhores cheirando a creolina.
Tudo foi compensado pelos quitutes.
Devo ter bebido mais ou menos um litro e meio de refrigerante e suco de manga.
E, que coisa chata.. os garçonetes me ignoravam porque sabiam que eu ia aceitar.
Mas -parafraseando Tia Frita- meu caneco, viu!?
Ah.. a Rosana apareceu lá.
Eu a chamei e nós conversamos um pouco.
-Oi Eros.
Beijinhos.
-O que você 'tá fazendo aí?
Uma faixa isolava a exposição do Dr.José Ming e o asilo enlatado dentro do shopping -o que ninguém sabia era que era possível entrar dentro do asilo enlatado e, além de comer de graça, ver uma exposição.
-Ah.. eu 'tô com um amigo.
Aponto para o Oscar2.
-Mm.. ahn!? Ah.. legal. Eu 'tô procurando o Jurinha3.
Jurinha tinha ido fumar.
Pedi que ela mandasse abraços para o Tiago4 e talz.
Etcaterva.
Dentro do vernisage, Oscar encontrou um amigo de longa data.
Era um baixista.
Um baixista da Jovem Guarda5.
Ele tocou nos Jets6.
Já tocou com o Cauby Peixoto e com o Dominguinhos também.
Puta curriculum, não?
Não!
Eu senti que o baixista -cujo nome eu ignoro- e o Oscar estavam disputando quem conhecia mais pessoa além de listar os colegas que já haviam morrido.
Parece que eles estavam blefando.
-Pô, 'cê conhece o Satanás?
-Quem?
-Satanás7!
-Não, não..
-E o Azeitona8?
-Ah.. conheço.. ele morreu, né?
-Faz mais de quinze anos.
Os nomes citados eram os mais bizarros e variados possíveis.
-Tinha o Cabeleira9, o Vassourinha10, o Milton Banana11..
-O Miltinho12, o Toninho Calça-Justa13..
-Putz.. pode crer! O Miltinho, o Toninho Calça-Justa..
Aí depois, eles listavam qual desses já tinham batido as botas: quase todos.
O Jurinha14 apareceu.
Fui cumprimentá-lo.
-Jurinha?
Olha pra mim.
-Opa. Que que 'tá fazendo aí?
Se lembram quando eu disse que tinha um asilo enlatado isolado no shopping?
-Ah.. passeando.
Só olhei pro Oscar que agora, além do baixista, conversava com o José Ming, o pintor da exposição.
O Dr.Ming, além de puta pintor, é um baita d'um músico.
Ele toca o acordeão como poucos e já formou centenas de pintores e músicos.
-E esse vinho aí?
-É coca-cola.
-Eu 'tô procurando a Rosana.
-Ah.. ela passou por aqui?
-Passou?
"Não Jurinha, eu tive uma visão".
-Sim Jurinha, ela passou.
Is the book on the table?
-Beleza. Falou.
-Falou.
O Dr.Ming pintou os "defuntos do Tatuapé": um auto-retrato, um retrato do Paulo Abarca15 e outro do Alfredo Luiz16 (que escaparam do cemitério para irem ao vernisage) e retratos das pessoas homenageadas em várias ruas importantes do Tatuapé (Anália Franco, Emília Marengo, Francisco Marengo, Celso Garcia, Conselheiro Carrão, Regente Feijó, Brás Cubas, Sílvio Romero entre outros: só nobres).
Despedi-me do Oscar, cheguei em casa e, ao deitar-me, pensei em duas coisas.
A primeira foi: preciso contar isso no blogue.
A segunda: minha nossa, como estavam bons aqueles quitutes.


Quinta-feira, 6 de setembro de 2007
___________________________________________________________
1 - Não tem 1, seu idiota.
2 - Meu amigo de setenta e poucos anos.
3 - Jurandir: marido da Rosana.
4 - Filho do Jurinha e da Rosana.
5 - Pior movimento musical oriundo da década de 60's no Brasil.
6 - Péssimo grupo da Jovem Guarda.
7 - Capeta, Demônio, Belzebu, Chifrudo, Diabo.
8 - Fruto da oliveira.
9 - Sinônimo de aumentativo de cabelo.
10 - Diminutivo de vassoura.
11 - Fruto da bananeira.
12 - God only knows.
13 - Característica presente em grupos de heavy metal e emo music.
14 - Já disse, caramba.. Vide o número 3.
15 - Sei lá eu quem é.. acho que é tipo um historiador que 'tá vivo, algo do gênero.
16 - Seus preguiçosos, por que não pesquisam?

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

As Cinco Resenhas Da Vez -04/09/2007d.C.

Cara..
Resolvi fazer uma lista das cinco melhores bandas da vez, tipo um Top, saca?
Mas o bagulho é sério, manow!!
Eu sei que muita gente ri do que eu ouço mas, eu não tenho vergonha de nada que eu ouço.
Eu gosto muito de cada banda que citarei então, não usarei um critério concreto para definir a colocação de cada uma.

1.The United States Of America
Principal álbum: "The United States Of America" de 1968
Nacionalidade: Estadunidense
Integrantes: Joe Byrd (teclados), Dorothy Moskowitz (voz), Gordon Marron (violino elétrico, ring modulator), Rand Forbes (baixo elétrico), Craig Woodson (percurssão e bateria) e Ed Bogas (músico convidado; teclados).
Banda que, após quase dois anos conturbados se desfez e, como único patrimônio, deixou uma obra prima: um disco homônimo. O disco (raríssimo), é considerado um dos dez mais experimentais da história do rock pela revista Mojo. As músicas bem diversificadas, simples e originais (hoje em dia, o que é simples e original?) misturavam música de câmara, rock psicodélico e música de cabaré com letras inteligentes, críticas e, às vezes, nonsense. A música que geralmente é destacada, é The Garden Of Earthly Delights (Música baseada no quadro de Hyeronimus Bosch com letra que lembra seres exóticos. Woodson, Forbes e a dupla Marron e Byrd que se divertem com o Ring Modulator, um sintetizador construído para a própria banda, constroem o clima perfeito para a voz de Moskowitz, um jardim elétrico) mas eu acho que o disco inteiro (principalmente o Lado B) merece ser contemplado. Chamo a atenção para o arranjo de I Won't Leave My Wooden Wife For You, Sugar, Where is Yesterday e, principalmente, Stranded In Time, sem dúvida, uma verdadeira obra-prima da década de 60s que foi esquecida. Stranded In Time antecede a pérola que encerra o disco: The American Way Of Love, que tem dois movimentos (característica predominante na música erudita). The American Methaphysical Circus, Love Song For Dead Che e Coming Down com suas letras, impressionam pela ousadia e ironia. Hard Coming Love mostra todo o virtuosismo de Gordon Marron no violino elétrico, e Cloud Song é uma breve viagem (ou friagem). Esse disco é realmente, um dos melhores que eu já tive o prazer de ouvir.

2.White Noise
Principal álbum: "An Eletric Storm" de 1969
Nacionalidade: Inglesa
Integrantes: David Vorhaus, Delia Derbyshire e Brian Hodgson.
Considerada uma das dez bandas mais experimentais pela mesma lista que consagrou The United States Of America e com um dos discos mais raros do mundo, White Noise é bem misteriosa. David Vorhaus fundou a banda em 1969 com Delia Derbyshire e Brian Hodgson. Eles a criaram com o intuito de fazerem experimentos com música eletrônica para a BBC mas An Eletric Storm acabou tendo um caráter bem pop, além de experimental. Todas as faixas desse álbum merecem bastante atenção e compreensão. Afinal, o disco foi confeccionado no final da década de 60s onde muitos efeitos e sons eram, de certo modo, árduos e difíceis de serem conseguidos. Os críticos costumam privilegiar Love Without Sound, faixa que inaugura o álbum, mas todas tem uma característica especial. Desde My Game Of Loving e sua chuva de orgasmos, passando por Here Comes The Fleas (provavelmente, uma das mais complicadas), Firebird (talvez a mais bela melodia da banda), Your Hidden Dreams (uma apaixonada canção) até as épicas The Visitations e The Black Mass - An Eletric Storm. Depois de An Eletric Storm, só sobrou David Vorhaus na banda. Depois de An Eletric Storm, ele ainda lançou mais cinco álbuns totalmente voltados ao experimentalismo e às novas descobertas na música sintetizada eletrônica, cada um gravado em décadas diferentes. Sim, é uma banda bem misteriosa mesmo.

3.Aksak Maboul
Principal álbum: "Onze Dances Pour Combattre La Migraine" de 1977
Nacionalidade: Belga
Integrantes: Marc Hollander, Vincent Kenis (acordeão, guitarra), Mark Moulin, Chris Joris (saxofone, teclados), Frank Wuyts (teclados), Michel Berkmans (fagote) e Denis Van Hecke (violoncelo), além de convidados.
Bela banda. Mistura música erudita, world fusion e virtuosismo, mas não apenas o instrumental: a banda é uma inovação dentro do estúdio, nos arranjos, nas melodias e na maneira de misturar as coisas. Quem ouvir Son Of L'Idiot do álbum Onze Dances Pour Combattre La Migraine saberá do que falo. Esse álbum inaugurou o selo Crammed, famoso por gravar artistas alternativos do mundo inteiro. O selo teve seu auge artístico na década de 80s. Faixas que merecem ser comentadas: Milano Per Caso tem uma melodia belíssima e é um verdadeira aula de orquestração e arranjamento popular; Chanter Est Sain é uma bela peça e a mais bela do álbum quando a voz é inserida; Son Of L'Idiot mistura música africana contemporânea, instrumentos eruditos e guitarras elétricas lindas; o disco prossegue até culminar em Mastoul Alakefak e Mastoul, one year later onde toda a matéria-prima do álbum é misturada simultâneamente; A Modern Lesson do álbum Un Peu De L'Âme Des Bandits de 1979, mistura música erudita e música eletrônica com uma voz bem bizarra; Palmiers In Pots, um tango, é mais uma lição de que Aksak Maboul é uma banda totalmente multifacetada; Cinema é uma faixa épica com vários andamentos, uma pérola de Un Peu De L'Âme Des Bandits. Sem dúvida, um álbum que deve ser ouvido com o mesmo carinho com a qual foi feito.

4.Bongwater
Principal álbum: "Double Bummer" de 1988
Nacionalidade: Estadunidense
Integrantes: Ann Magnuson e Mark Kramer, além dos músicos convidados secundários.
Listada na 47ª posição da lista da Mojo na qual The United States Of America (The United States Of America) e White Noise (An Eletric Storm) também estão presentes, Bongwater (Double Bummer) desconstrói tudo o que veio antes de 1988 reconstruindo da maneira mais lisérgica possível. Nada escapa deles, de Beatles a Carole King, de Cure a David Bowie. Letras críticas e roupagens inovadoras até para a década de 90s. Double Bummer é um dos álbuns duplos mais corajosos e ousados da história do rock que, para uma banda que é capaz de transformar Love You To dos Beatles em lisergia gótica, não deve ser nada. Prefiro não comentar sobre cada faixa afinal, o álbum inteiro é sem comentários. Ou melhor, tenho um comentário sobre o álbum: Double Bummer não foi feito para agradar ouvidos muito sensíveis.

5.Aguaturbia
Principal álbum: "Psychedelic Drugstore" de 1970
Nacionalidade: Chilena
Integrantes: Carlos Corales (guitarra), Denise (voz), Ricardo Briones (baixo elétrico) e Willy Cavada (bateria).
Provavelmente, a melhor banda de rock psicodélico chilena. Psychedelic Drugstore é um álbum lisérgico e sensual que apresenta vários riffs e solos ótimos de guitarra. Apresenta desde um cover de Jefferson Airplane (Somebody To Love), passando por música-de-strip-tease (Erotica), músicas de teor jazzístico alto e bastante blues (Heartbreaker, Blues On The Westside), experimentalismo (I Wonder Who) e música tradicional chilena (Aguaturbia). O Chile é uma ótima fonte musical assim como o Brasil e a Bélgica, mas as ótimas bandas e estilos que existem no mundo inteiro, são ofuscadas pela divulgação em massa da música estadunidense.

Terça-feira, 4 de setembro de 2007
(ao som do Double Bummer inteiro)

Pirata de orelha, a coruja e, acreditem, Tia Frita não está morta.

E o Dr. House?
Bom pacas, né?
Mas tipo.. pena que a quarta temporada ainda não começou.
Tô super ansiosa(o).
Meu caneco, viu!?
Pelas barbas do profeta.
Natalino que o diga.
Ele tem um xará agora: é o cachorro do André.
Não "cachorro do André" no sentido hostil, entende?
Tipo.. o "cachorro" é no sentido literário.
Vocês entenderam?
Espero que sim.
A questão é que esse tal de Eros não 'tá com nada.
Ele fica imitando o meu estilo literário.
Pulando as linhas o tempo inteiro.
Mas que saco.
Que cara chato.
Aff..
Cansei.
Cansei de ser sexy.
Mentira.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Livraria Cultura, Gianni Ratto, Oscar Freire e Cafés alternativos onde as pessoas pagam de cult.

Ontem fui com Bruna, Letícia e Ingrid à Rua Oscar Freire.
Interessante, não?
Mas foi mesmo.
Vimos pessoas normais, lojas com peças de roupas onde as pessoas pagam bem caro para fazerem propaganda da marca e vários cafés alternativos onde as pessoas pagam de cult.
Logo que desembocamos na Avenida Paulista, fomos a um shopping, mais precisamente à Livraria Cultura onde as meninas tiveram que me tirar à força.
Mas que saudades de Antonín Dvoràk..
Fomos a uma exposição sobre Gianni Ratto, um desconhecido "diretor, cenógrafo, figurinista, iluminador e ocasionalmente ator" segundo o folheto -este que mais tarde Letícia esmagaria com seu AllStar "mamãe-sou-indie".
O melhor da exposição sem dúvida, era a água.
Descemos à Oscar Freire onde as meninas (Letícia e Ingrid) queriam pagar de pattys.
Enquanto isso, Bruna e Eu debochávamos de [quase] tudo que nós víamos.
E, toda vez que eu via um Café alternativo onde as pessoas pagam de cult, eu fazia o seguinte comentário: "Olhem meninas.. Um Café alternativo!! Vamos pagar de cult?"
Tenho testemunhas.
Paramos em um café alternativo onde as pessoas pagam de cult chamado Galeria dos Pães.
Na verdade era o menos alternativo porque não tinha nem a revista 'Ocas; nem a piauí.
Lá comi um croissant de queijo branco e um Brownie.
Mas nada se comparou ao doce que a Ingrid pediu.
Uma espécie de mousse de chocolate e damasco.
Meu computador tem me dado uns sustos.
Sério.. vou surtar daqui a pouco (isso não foi estranho, foi?).
Primeiro, é placa de som de desencaixa.
Depois é o (mal/ben)dito do monitor que, de uma para outra fica laranja e depois, colorido de novo.
É a síndrome robótica de camaleão.
O meu monitor está se camuflando.
Mentira.
Minha parede não é nem laranja, nem colorida.
Por que estou dizendo isso?
Depois da Oscar Freire, fomos à Alameda Jaú, na loja Comix porque, além de pattys, as meninas também queriam pagar de otakus.
Passamos por um atelier de fachada acabada e porca onde fomos bem recebidos (Letícia e Eu), por um cara bem underground que nos apresentou seus amigos desocupados, fumantes e viciados.
"Esses aí são meus amigos".
E que cheiro asfixiante de cigarro..
As obras nem eram das piores, mas resolvemos sair rapidamente.
Depois de passar por uma loja de CDs usados onde tinha desde Pepê e Neném a Sebastian Hits (garoto propaganda das lojas C&A).
Fomos embora.. até que foi divertido.

Domingo, 2 de setembro de 2007

Você é um pseudo-pop-cult emepebista que acha que Vanessa da Mata é a salvação da Música (Im)Popular Brasileira?? Não leia este texto!!

Cara..
Por mais metido e pseudo-cult que eu seja..
Acho meio impossível suportar a Vanessa da Mata.
Eu realmente não consigo entendê-la.
De uma hora pra outra ela passou a fazer uma MPB pop aleninezada (não confundir alienada).
Eu não acho que ela seja uma das maiores cantoras da atualidade.
Ela deve ter "dado" pra crítica (puxa.. como eu sou vulgar. O que vocês acham de eu arder no mármore do inferno?).
Vejam bem, eu acho que a Badi Assad que, por ser de berço como a própria Vanessa, não busca muito por um público pop, faz um trabalho bem melhor.
Mas isso é quase lei.
A voz da Badi Assad e a da Vanessa da Mata são semelhantes.
A diferença é que a Vanessa da Mata aceitou se sujeitar a gravar coisas péssimas.
Mas eu nem acho que ela precisava.
Bom.. a Marisa Monte começou gravando coisa boa.
Quer dizer, melhor não vulgarizar..
A Marisa Monte -corrigindo- começou a carreira gravando MPB.
Mas.. sei lá.. depois de ganhar crédito com os emepebistas, talvez pelo fato de não estar satisfeita com a sua posição na High Society, inexplicavelmente, começou a gravar coisas bastante bregas e.. (Eros.. ¬¬) ou melhor, coisas com menos conteúdo que as canções anteriores. Seu colega Arnaldo Antunes também acompanhou o ritmo decadente da MPB.
E, meu caneco, MPB.
MPB não tem nada a ver com o que nós chamamos hoje em dia de MPB.
KLB, no sentido literário do termo, seria mais MPB do que propriamente Badi Assad ou Vanessa da Mata.
E a Maria Rita?
Eu não entendo por que se foi se instalando pelo senso comum dos brasileiros que a Maria Rita é uma péssima cantora.
As pessoas ignoram-na sem explicação.
Minto.
Existe uma explicação.
Só que ela é invisível e onipresente.
Aí fica difícil.
Talvez Deus tenha ordenado que as pessoas odeiem Maria Rita.
Tá certo que ela aproveitou.
Veio de berço, filha da maior cantora que o Brasil já teve (é minha opinião), e talz..
Mas eu não acho que ela seja ruim.
Na minha opinião (que vale mais que um quindim), Maria Rita é tão competente quanto Vanessa da Mata.
Aliás, a família "Mariano" é excepcionalmente ótima musicalmente.
Pedro Mariano, Maria Rita Mariano.. ótimos cantores.
César Camargo Mariano, um dos melhores pianistas/tecladistas que o Brasil já pariu.
João Menescal, filho de Elis Regina e Roberto Menescal, ótimo contrabaixista.
Elis Regina..
Eca.. em pensar que comecei esse texto falando da Vanessa da Mata.

Sábado, 1 de setembro de 2007

O Paradoxo da Mosca

Era uma vez uma mosca..
E ela não tinha querer,
Mas queria poder..
Poder querer algo.
Mas era só uma mosca..
E que uma mosca podia querer?
Eu sei lá!
Nunca conversei com uma..
Pelo menos eu acho.
E é difícil que eu converse ainda
Um dia com uma.
Vários mil anos de civilização racional,
E ninguém nunca ouviu uma mosca falar.
Talvez elas nunca tivessem oportunidade.
As pessoas que são cruéis, na verdade.
Um "bzzz" qualquer e lá se vai
A pobre mosca
De vida vazia.
O que a pobre fazia?
Sobrevivia.
Pobre mosca.
Vegeta em busca de alimento.
E vive em tormento:
Quer algo,
Mas não pode querer.
E o dia em que uma mosca
Começar a querer algo
E expressar seus sentimentos
Profundos e magoados,
Vai ser tarde demais:
Não haverá mais ninguém
Para poder escutá-la.

Sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Semana de prova no Tales de Mileto; disputas acirradas e muita emoção.

Puxa..
Eu estou tão feliz.
Tive um desenvolvimento ótimo na escola ultimamente.
Eu precisava desabafar.
Ainda não estou isento de uma possível recuperação.
Mas, eu acertei 31 questões de 32 (Inglês).
Tirei Dez de Matemática pelo primeira vez no ano (e numa prova trimestral onde teve gente que tirou Zero).
Nove e meio na média de história.
Nove na prova de Física.
Sete em literatura (maior nota da sala).
Sete em português (oito com o bônus da correção).
Estou confiante sobre Biologia: a (vaca da) professora deixou que nós colássemos durante sua própria prova.
Acho que ela fica excitada em fazer algo proibido.
Terceiro lugar na classe e também na escola no simulado: 43 de 80 questões.
Acham que eu fui mal?
Anik Iodes Perches: 19 de 80.
Queria mandar um abraço à Dani (companheira de Dez em Matemática e Dez em Inglês, segundo lugar no simulado (49 de 80), entre vários outros) e ao Pedro (primeiro lugar no simulado (50 de 80).. nossa.. pareço comentarista do Pan Americano).
Estou orgulhoso da minha sala (menos do Jay Gee, óbvio), os quatro primeiros lugares foram nossos no simulado. A Letícia ficou 7º. Felipe, irmão dela que está no segundo ano, em 5º. Jéssica, amiga do Felipe e da Anik, ficou em 8º.
Aconteceu uma coisa curiosa também.
Cinco pessoas da nossa classe ficaram em 10º lugar com 33 pontos.
Quatro dessas cinco (Mariana, Thayná, Jay Gee e Gabriel) acertaram quase que milagrosamente as mesmas questões.
Me desculpem mais uma vez, leitores (eu tenho leitores?).
Eu tinha que desabafar.

Sexta-feira, 31 de agosto de 2007
(ao som do 'primeiro lado' do álbum Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles de 1967)
o mês é agosto.. a gosto.. entenderam? isso não é engraçado?

Odeio ser conhecido. Odeio ser reconhecido.

Puxa, eu fiquei surpreso.
Sério mesmo.
Dia 26 (sábado) eu saí com Bruna e fomos até o parque do Piqueri no lado "Boulevard" do Tatuapé.
Logo na entrada do parque, uma menina cujo nome eu já havia esquecido há meses (anos?), passou por mim dizendo "'Tá namorando.."
Minha resposta foi a mais sutil possível.
"Não me diga.."
A questão é que, depois que eu deixei de frequentar a minha rua porque os moleques imbecis de hoje em dia só pensam em jogar futebol, empinar pipa e falar sobre o super vídeo-game que o pai dele se matou pra comprar (e se gabar disso), nunca mais conversei com bastante gente.
Muitos me cumprimentam até hoje.
Tá. Poucos. Tipo o Caique e o Vinícius (os nomes estão corretos?).
Rendi belas inimizades também.
Sem contar os preconceitos todos que eu sofri (haviam poucos na rua que não eram pardos, odiava (odeio) esportes, nunca tive vídeo-game, morei na Avenida Renata (lugar péssimo para se empinar pipa), até hoje nunca andei de bicicleta e sou obeso).
Ah.. durante algum pouco tempo eu tive um círculo de amizades bonito.
Rafael, Gabriel, Felipe "Café", Carlos Alex e Eu.. Daqui a cinco anos, ninguém mais saberá sobre ninguém.
Mas que desastre: todos mudaram, menos eu.
Primeiro o Felipe "Café".
Meu primo Fábio estava em São Paulo e dormira em casa.
Acho que era(m?) seis ou sete da manhã quando nós dois acordamos.
Fomos à casa do Carlos Alex (mesmo quarteirão) e deparamo-nos com um caminhão enorme na frente da casa do Felipe.
Despedimo-nos.
Depois disso, só o vi uma vez.
Inclusive, olhem que engraçado, os que estavam na rua eram o Felipe 'Leite', o Felipe 'Capuccinno' e o Felipe 'Café'.
Ocorre que o primeiro é extra-branco.
O segundo, pardo.
O terceiro, extra-negro.
E o Felipe 'Capuccino' também mudou.
Meu.. estou me sentindo extra-ridículo.
Cara, como eu me lembro dessas coisas?
Essas coisas aconteceram há alguns anos, já.
E..
Não me arrependo de ter brigado com o (José) Carlos Alex (Castilho Mato Valverde) -que nomezinho..
Que demônios estou falando?
Meu nome é Eros.
Bem..
Me senti tão feliz e satisfeito quando ele se mudou..
Deixamos de nos falar por anos.
Até que..
Ano passado (retrasado?), Paulo Renato e Eu achamos ele no orkut e, consequentemente, adicionamos ele no MSN.. mas a gente quase não mantém contato.
Ele me chama de "bunda fofa" até hoje.
¬¬
Eu deixei de frequentar a rua..
Tempos depois, fiquei sabendo que os gêmeos Gabriel e Rafael haviam se isolado.
Eles estavam fanáticos por vídeo-game além de passarem o dia inteiro vendo como seu baralho de Yu-Gi-Oh era bom.
Tá. Isso é mentira.
Eles também se mudaram.
Fora desses quatro principais amigos, tinham vários outros.
Todos se conheciam, ou quase todos.
Essa môça, a que me surpreendeu no parque, já mãe, era uma das pessoas que frequentavam a rua, mais precisamente, a porta de sua própria casa.
Era mais velha que a grande maioria das pessoas lá.
(Hoje, cumprimentando o Caique e o Vinícius eu me sinto bem ridículo por ter sido tão infantil um dia.. ou melhor, acho que eles que não cresceram.)
Ocorre que dia 27, Segunda-feira, me dirigia ao Amaral, a padaria mais cara e também a mais próxima que o meu corpo preguiçoso pode suportar, passei por essa mesma môça.
De longe, ela já começou com um discurso convincente, emocionante e sem direito á réplica contra minha pessoa.
"Nossa.. você é muito mal-educado, hein!? Ontem eu 'tava só brincando e você 'E..!' Parece que quando mais cresce fica cada vez mais gordo, e mais bobo, e mais.."
Quando dei por mim, ela já estava a centímetros-luz de mim novamente e ainda continuava a me praguejar.
Após a compra de alguns poucos pães no Amaral, desci para a minha casa novamente -como se eu tivesse outro endereço.
Quase na entrada da minha 'viela' (isso é tão cruel..), me surpreendi com ela novamente e, fui mais rápido.
"Desculpa?"
Ela abriu um enorme sorriso.
"Tá desculpado."
Desci minha viela pensando "Preciso colocar isso no blogue."
Só que aí eu durmi.


Sexta-feira, 31 de agosto de 2007
(ao som do Revolver dos Beatles (1966) inteiro)