_____claramente rebrilharam teus dois olhinhos grandes e pretos do bananal saturado de negras vultuosas bananas quentes no pior arborizado ar paulistano, feito de pseud'oxigênio e excrementos bombardeados pelas cloacas dos aviões, e me disseram sim, com sagacidade e brilhume de olhos pretos grandes que eram meus e só, lição que só na casa do caralho, ou quase tropical quintal das pirocas, perfumado tabaco dos pelos e maconha das picas, só mesmo ali é que estão reunidos santos, orixás e interseções necessários para consagrarem e consagram: és, tal seu irresponsável reflexo, a cor mesma de chorume aceso destas bolinhas de rato.
_____te quero além, foi bem o que disseste ao me arrancar - pelo delicado toque de mãos das tuas palavras - para o teu carro, para o teu comentário acolhedor sobre a antiga casa do Clodovil, e disseste então: olha! ele nos olha de cima, nos quer tão bem que, na sujeira verdejante e brancacenta desta torpe natureza, ungiu a bênção em gotas de suor e esperma e discretos contatos com geadas incandescentes de sangue e merda, pois trafegávamos por Indianápolis com a única certeza que rodar por esta pequena e higienizada cidade era já metonímia e metáfora deste novo grande caminho chamado felicidade.
_____e quando então nos beijamos, é feito se a sua mística simpatia de silêncio com moléculas da minha boca decidisse - e tomei ciência - admitir: não tenho, Eros, outro motivo aparente e menos certo para ter chegado aos vinte e dois órfãos anos, senão participar presentificado e estuperplexo do estro dos teus eróticos beijos. Ó, Eros, como te agradeço por isso!
_____e, genuflexionado na cama deitada de sonhos penetrantes de uma câmara de aceleração de partículas, lhe respondi com minha língua - esta, feita imensa sorte grande, lhe passeava a glande - que a nossa certa vida era eterna e prenhe e não desejava mais que um canibal impulso de si mesma sobre a cabeça tonta de todos os seres humanos que aí se tornavam pobres. infelizes.
_____então estávamos de acordo, que o sangue expelido em salpicados vasos sanitários na já gasta semana, convertia-se na seiva da tua pica afogada pelo látex besuntado de KY, criando essa clara referência de que, ao arrombar o meu rabo, me juravas jamais ter antes gozado a uma só vez de tão ereta conclusão e insensata sensação: plenitude nunca antes experimentada em qualquer sua incursão pelos confins dos fins do mundo e jardins de pegação.
_____fato, abandonados os métodos inócuos de contracepção, dissemo-nos enquanto metia meu caralho duro e nu e nua sua bunda me engolia, em uma piscina vaporenta de lubrificações biomoleculares e bosta requentada e adormecida na penumbra dos teus fundos quentes, repito, nos dissemos, vemos este corpo que, carne, sangue e espírito, se funde na locomotiva dos milênios de vida condensados nos segundos condenados a milenares serem? é o corpo que corporifica a vida que sempre quisemos!
_____é óbvio, havia essa caneca com a água derradeira da torneira à beira da pia, de cujo líquido sorvido, de cujas lágrimas verticalmente vertidas ouvi, quando me disseste que cozinharia no jantar próximo, que me recitava na verdade:
fogo alto
fogo brando
cozinhar-te-
ei te'amando
na panela
feito mago
temperando-
te co'afago.
_____e o beijo dado, logo após você ter corretamente registrado o meu número no teu celular, sinalizou, não te preocupes, meu bem! nossa vida é uma vida só e nada mais, portanto não te aflijas, logo nossa mútua possessão mesmo escorrerá ao vento feito grande e imbatível flâmula, que com descarado e inevitável orgulho devastará toda tristeza, toda mediocridade, todos os dias mal passados de cru e chei' de verme amor.
_____mas eu passei o dia inteiro esperando um SMS que você não mandou.
_____ou será, então, que eu entendi tudo errado?
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