parece cocaína, mas é só pressa
pela vastidão-devassidão do pertencer.
o seu beijo não se vende em garrafa.
parece cocaína, mas é só você.
dentro e fora dos absolutismos
e exageros das curvas, declives
do corpo e dos corpos, os vãos
e sulcos sulcados no colchão.
parece pressa, mas é só a paz,
quinhão de vida no meio nu,
culhão, pulsação olorosa na ponta
do dedo arriscando o rio da derme.
licor de promessas e espumas
ao ventre, a vida desponta do três,
seis olhares perplexos e embevecidos
- santo milagre, trindade, aparecidos.
os olhos se fecham em comunhão.
os ouvidos se encerram, comungam.
as bocas desistem de ser: fala e falácia.
e incontinenti reina o tato, tarântula.
o sonho emerge lento e real
dos recônditos amenos do que é
e sussurra em verso e prosa à alma
que é de amor, é de vida, é de calma.
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